Artes/cultura
17/05/2018 às 13:23•2 min de leitura
Todo mundo sabe que os cachorros são fãs de um belo osso e, se pudessem, eles passariam a vida com um na boca. Mas, você já se perguntou de onde veio esse fascínio canino por roê-los? Se você chutou que provavelmente se trata de uma característica evolutiva herdada dos lobos, acertou em cheio! Entretanto, os lobos também herdaram esse traço de alguém — e nós vamos contar como foi isso a seguir.
Como você deve saber, os cães modernos são descendentes dos lobos que, há milhares de anos, foram sendo domesticados pelos humanos. Já os lobos são descendentes de antigos mamíferos caninos que começaram a caçar e a viver em grupos por volta de 8 milhões de anos atrás. Pois essas criaturas eram o que os cientistas chamam de hipercanívoros — o que significa que sua dieta consistia em mais de 70% de proteína animal.
Animal lindo, né? (The Daily Beast/iStock)
Segundo os cientistas, com o passar do tempo, esses animais foram desenvolvendo dentes e maxilares mais robustos que, por sua vez — e por causa de sua dieta —, os tornavam melhor adaptados para caçar presas maiores e devorar inclusive seus ossos. E por que essas criaturas começaram a comer os ossos também?
Esses tecidos são uma importante fonte de nutrientes e energia, uma vez que a medula — ou “tutano”, se você preferir — é rica em gordura e os ossos propriamente ditos contêm cálcio. E como o consumo desse material era vantajoso para os animais, essa característica evolutiva foi passando de uma geração a outra, até que fosse herdada pelos lobos e, eventualmente, pelos cachorros.
No caso dos cães, eles não precisam mais andar em bandos e sair por aí caçando suas refeições. Entretanto, roer ossos é algo permanece “gravado” em seu instinto — e não deixa de trazer benefícios nutricionais para os bichinhos. Ademais, o ato, além de ser prazeroso, permite que os cachorros a aliviem o impulso de mastigar alguma coisa e os ajuda a relaxar, já que estimula a liberação de endorfinas.
Comportamento herdado (Canine Weekly)
Roer ossos também pode ajudar na saúde dental dos cães, pois, enquanto mastigam e fragmentam os tecidos, eles vão “raspando” seus dentes e ajudando prevenir a formação de placas de tártaro. Contudo, como você sabe, a gente não pode sair dando qualquer osso para os nossos animais de estimação!
É importante observar que nem todas as raças têm dentes e maxilares fortes o suficiente para roer ossos mais robustos, sem falar que dependendo dos ossos — como os de frango, por exemplo — ou se eles foram cozidos ou assados, as peças podem se fragmentar e causar perfurações no trato digestivo do animal.
Portanto, o mais recomendado é dar ossos “crus” aos bichinhos, ficar sempre de olho enquanto eles estiveram roendo alucinados e, no caso de cães de pequeno porte, optar por versões alternativas, como aqueles feitos de couro ou vísceras.
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