Ciência
30/05/2019 às 07:01•1 min de leitura
Pesquisadores da Universidade de Kyoto, no Japão, descobriram que chimpanzés na floresta tropical das Montanhas Nimba, na Guiné, possuem o hábito de caçar e comer carangueijos. É a primeira vez que um primata não humano realiza o feito não apenas por oportunismo ou pela escassez de outras fontes de alimento.
A descoberta pode ajudar a entender como e quando nossos ancestrais começaram a ter uma dieta aquática; uma mudança que pode ter levado, em última instância, ao homo sapiens.
Há evidência de que, cerca de 1.95 milhões de anos atrás, a introdução de animais aquáticos na dieta de nossos antepassados, como tartarugas, peixes e crocodilos, intensificou o desenvolvimento de cérebros maiores.
"Provavelmente, a fauna aquática consumida forneceu ácidos graxos essenciais para o crescimento e a função cerebral ideais", declarou a pesquisadora Kathelijne Koops em um comunicado.
Eles observaram os animais pescando carangueijos nos canais da floresta tropical em 2012. (Foto: Reprodução/Pixabay)
Os estudiosos analisaram seu comportamento por 2 anos e documentaram como, principalmente as fêmeas, levantavam pedras e cavavam a lama com os dedos para caçar crustáceos, e com qual frequência seriam sua refeição principal. Eles também compararam o valor nutricional dos carangueijos com outros alimentos disponíveis.
Os pesquisadores constaram que essa caça ocorria o ano todo, independentemente da abundância de outros alimentos. (Foto: Reprodução/Pixabay)
Em paralelo, os chimpanzés comiam menos formigas, uma das bases de suas dietas, sugerindo que os crustáceos desempenham o mesmo papel em sua alimentação, ou até mais.
A pesquisa revelou que a pesca não é tão restrita pelos habitats como se acreditava. (Foto: Reprodução/Pixabay)
Assim, os humanos que viviam em floresta poderiam ter uma dieta aquática, e animais aquáticos podem ter sido um elemento fundamental de sua alimentação, não somente um complemento em último recurso.