Ciência
27/01/2020 às 11:00•2 min de leitura
Todos sabemos que a Austrália é um lugar bem peculiar, e se tornou ainda mais estranho agora que quatro espécies de tubarões que podem “andar” foram identificadas entre as águas do norte do país com a Nova Guiné.
Mas a notícia não precisa causar pânico, essas criaturas não são predadores gigantes que vão sair por aí devorando banhistas desavisados pela praia. Veja o vídeo abaixo.
Walking Sharks from The University of Queensland on Vimeo.
"Com menos de um metro de comprimento, em média, eles não apresentam ameaça às pessoas, mas sua capacidade de resistir a ambientes com pouco oxigênio e caminhar nas nadadeiras lhes dá uma vantagem notável sobre suas presas, que consistem em pequenos crustáceos e moluscos", afirmou a Doutora Christine Dudgeon, da Universidade de Queensland em um comunicado.
Até recentemente, os biólogos marinhos consideravam que todos os tubarões com essa capacidade eram parte de uma única espécie, a Hemiscyllium ocellatum. Mas Dudgeon faz parte de um projeto que estudou esses seres mais detalhadamente, e pode demonstrar que aqueles que habitam as águas da Nova Guiné são bem diferentes do H. ocellatum, que vive na Grande Barreira de Corais, identificando assim a classificação de quatro novas espécies, elevando o número total a nove.
Essas criaturas também podem nadar, mas usam suas barbatanas para atravessar os recifes durante a maré baixa, pois a falta de água torna essa forma de locomoção mais eficiente. Porém, nenhum outro fora do gênero adotou forma semelhante para se mover, sendo que somente famílias de vários peixes ossos tenham adotado esse estilo.
Segundo Dudgeon, os comportamentos corporais de todos os Hemiscyllium são semelhantes, e a maior diferença entre eles se deve ao seu esquema de cores. Além disso, ela acredita que ao contrário dos peixes ósseos, que ficam ligados a um local durante a fase adulta, mas são distribuídos durante o estágio larval, os tubarões que andam parecem conquistar seu território lentamente e são muito conectados a sua localização. As novas espécies podem ter se formado quando populações foram separadas por mudanças no nível do mar ou elevações tectônicas ao redor da Nova Guiné.