Artes/cultura
28/01/2020 às 11:00•1 min de leitura
Nesyamun, um sacerdote egípcio que viveu há mais de 3 mil anos, era o responsável por entoar cânticos de adoração aos deuses do Egito Antigo, como Nut, a deusa dos céus. Depois de morto, o sacerdote foi enterrado com uma escritura que dizia “Nesyamun, de voz verdadeira”.
No entanto, não foi deixado nenhum registro que informasse como a voz do sacerdote soava. Mas graças a pesquisadores na Inglaterra, essa informação acabou se tornando dispensável. Três milênios depois, Nesyamun, agora uma múmia, finalmente, pode ter seu timbre conhecido pelo mundo.
Com o avanço da tecnologia e o aprimoramento da impressora 3D, cientistas finalmente puderam entender como essa voz tão importante soava. A missão principal era reconstruir o trato vocal da múmia e a primeira coisa que perceberam foi como os traços da boca e da garganta ainda estavam em ótima forma.
Com isso, foi processada uma imagem do trato vocal da múmia e, em seguida, foi feita uma impressão em 3D como forma de simular “o som que faria um trato vocal se ele estivesse em um caixão e sua laringe voltasse à vida novamente”, como foi dito por David Howard, pesquisador da Royal Holloway, em Londres.
Até agora, com o trato vocal da múmia reconstruído, a réplica reproduz apenas um som limitado. Ainda difícil de descrever, os cientistas dizem que lembra um “ah” ou “eh”, remetendo às vogais.
Mesmo que pareça um resultado abaixo do esperado para muitos, é válido destacar que o processo de reconstruir a voz de alguém que viveu há milhares de anos nunca foi feito desse modo particular.
Howard disse que está esperançoso de que, algum dia, será possível reproduzir palavras de uma forma bem próxima de como elas soariam originalmente.