Estilo de vida
22/05/2020 às 14:00•2 min de leitura
Um estudo publicado na revista Integrative Organismal Biology afirma que os pelos da barba humana são formados com o objetivo de proteger áreas vitais, como a garganta e a mandíbula, de ataques violentos, difundindo coletivamente a força de um golpe.
Esse estudo contesta em parte uma tese de Charles Darwin, o célebre naturalista inglês pai da Teoria da Evolução e também barbudo. Apesar de considerar a crina de um leão como fonte de proteção física, ele achava que a barba humana era apenas um ornamento para atrair a atenção das mulheres.
O nome da pesquisa é tão pomposo quanto uma bela barba: "Potencial de proteção contra impactos dos pelos de mamíferos: testando a hipótese de pugilismo para a evolução de pelos faciais humanos".
A hipótese proposta é de que as barbas protegem a pele e os ossos do rosto quando machos humanos lutam, absorvendo e dispersando a energia de um impacto contundente. O estudo complementa evidências que sugerem que esqueletos e músculos humanos, sobretudo formas faciais masculinas, evoluíram para proteger o rosto contra danos.
Fonte: Integrative Organismal Biology
A metodologia utilizada foi a construção de modelos que simulavam a estrutura do osso em um crânio humano. Os pesquisadores cortaram o material ósseo em "tijolos", embrulhando-os em lã de ovelha — pois consideraram pouco prático obter amostras de pele totalmente barbadas em cadáveres humanos.
Apesar de a consistência da lã não ser exatamente a mesma dos pelos da barba, o estudo justifica que "o volume de folículos em nossas amostras aproximou-se do volume das barbas cheias, o que é improvável de ocorrer nas peles de demais espécies".
Utilizaram-se três tipos de cobertura de pele de carneiro, sendo que o teste de eficácia de uma barba cheia para amortecer impactos foi realizado com amostras peludas nas quais a lã foi deixada em todo o seus comprimento. Os pacotes de ossos embrulhados em lã foram colocados numa bigorna sobre a qual era liberada uma haste cega do alto.
A experiência mostrou que as amostras completamente peludas absorveram mais energia (dos golpes) do que aquelas arrancadas e cortadas. Esses dados sustentam, portanto, a hipótese de que barbas humanas protegem regiões vulneráveis do esqueleto facial de ataques lesivos.