Ciência
27/05/2020 às 09:06•2 min de leitura
Quase 5,5 milhões de pessoas contaminadas com o novo coronavírus em todo o planeta, resultando em 345 mil perdas irreparáveis e milhares de famílias destruídas por uma ameaça recente, mas devastadora e invisível, onde constantemente médicos e profissionais de saúde se colocam à linha de frente no combate ao coronavírus na tentativa de levar boas notícias às casas e ao povo, enquanto times de cientistas das mais diversas culturas, dogmas e convicções estão sacrificando dias e noites para encontrar uma cura definitiva para a pandemia.
Se esse não for o quadro ideal ou o mais amistoso e, de certa forma, o mais otimista que é possível formular, é uma dura realidade em que vivemos as difíceis 24 horas diárias, sendo bombardeados por notícias, tragédias e pela esperança de, um dia, recuperar a rotina e o estado de saúde físico e mental. Impactando a sociedade em toda a sua complexidade, a atual pandemia exige uma compreensão completa de todos os segmentos sociais, vinculada à empatia, ao respeito e, logicamente, à paciência, já que o contágio frenético da covid-19 reflete não somente em um indivíduo, mas em todo o meio.
Saber lidar com o isolamento e com o estado de quarentena é, definitivamente, uma tarefa dura, mas também torna-se valiosa na relação com a percepção do mundo, especialmente sobre tantos aspectos que, antes, muitos olhos estavam fechados, como a importância do comportamento dos cargos de liderança nacional e de que forma sua receptividade poderá influenciar na mentalidade social.
(Fonte: Financial Times/Reprodução)
E, em um quadro de novas percepções, vale reforçar a relevância fundamental da ciência para a manutenção das grandes crises, desenvolvendo um serviço essencial para a sobrevivência da população. Vinculada a todos os nichos culturais, o meio científico exige uma compreensão e participação de todos, especialmente dos cargos políticos de poder, que devem evitar negligenciá-la e saber levar a mensagem adequada e segura ao seu povo.
Antes da atual crise pandêmica, diversos relatórios gerados pela Organização Mundial da Saúde já alertavam sobre a grande possibilidade de um surgimento de tal catástrofe, porém muitos ignoraram as recomendações e desqualificaram as "suposições" dos profissionais da saúde. Pouco depois, após ser tarde demais com a deflagração da crise, potências mundiais ainda exaltam representantes que ignoram os fatos científicos para substituir por ideologias individuais.
"Não se pode fazer política como se a ciência não existisse. Fico surpreso que existam líderes que não se interessem, que não queiram ler e aprender. E agora vemos o que está acontecendo (com os efeitos da pandemia)", disse Ricardo Lagos, ex-presidente do Chile, em entrevista para a BBC.
(Fonte: Reuters/Reprodução)
Com consequências graves para a população nacional e mundial, principalmente no atual caso do coronavírus, as recomendações são claras sobre a necessidade de evitar contato e aglomerações, sobre manter comércios e estabelecimentos de alta movimentação fechados e rigorosamente fiscalizados, porém tudo para um bem maior, mesmo que, economicamente, as nações demorem ainda um tempo para se reestabelecerem após a recessão forçada.
Nos bastidores do caos, enquanto muitos ainda têm a oportunidade de se afastar, se prevenir e evitar sair de suas residências, cientistas estão nos bastidores da pandemia, fazendo o possível e o impossível para encontrar uma solução viável, segura e baseada em fundamentos práticos com resultados reais.
Ignorar a ciência, atualmente, talvez seja a medida mais cruel a ser instaurada contra seu povo? Vale a reflexão.