Cientistas estudam cobras voadoras e venenosas no sul asiático

06/07/2020 às 13:002 min de leitura

Cientistas e pesquisadores do Instituto Politécnico e Universidade Estadual da Virgínia estão aprofundando estudos sobre uma recém-descoberta espécie de cobra que movimenta-se entre árvores saltando entre galhos e planando nos intervalos distante de terra firme. Conhecidas como Chrysopelea Paradisi, os venenosos espécimes vêm chamando a atenção de especialistas e entusiastas após diversos relatos registrados sobre sua estranha e anormal movimentação.

Habitantes do sudeste e extremo sul da Ásia, os sinuosos répteis foram gravados direcionando-se para árvores com mais de 15 metros de altura, realizando ondulações em seu corpo que, aparentemente, servem para dar algum ritmo no ar e favorecer a estabilidade do animal durante o trajeto. Tais eventos foram identificados em sete cobras que tiveram câmeras de observação instaladas, registrando, com muitos detalhes, o que ocorre em seu corpo para que tal peripécia seja executada.

“Duas características principais de como as cobras voadoras deslizam é a forma do corpo em que se transformam e o movimento ondulatório semelhante ao da natação no ar. Tínhamos dados sobre a aerodinâmica da forma, mas não havia entendimento da função da ondulação ”, explicou o Dr. Jake Socha, professor do Departamento de Engenharia Biomédica e Mecânica da universidade.

Cobras voadoras

Segundo os pesquisadores, a ondulação que a cobra faz no ar é muito semelhante à que faz na terra para se locomover, mas, para permitir a planagem, os animais também fazem movimentos de contração em seu corpo para suavizar o impacto, mesmo ocorrendo apenas por poucos segundos, o suficiente para alcançar distâncias de cerca de 24 metros.

“Em geral, evoluir a capacidade de planar pode ajudar a promover a especiação. As cobras têm uma vantagem sobre outras cobras - elas podem decolar se um predador estiver tentando pegá-las", comenta o pesquisador, exaltando a nova capacidade adaptativa do animal. "Mas o habitat onde essas cobras vivem foi rapidamente alterado ou destruído nas últimas décadas. Com menos espaço para viver e menos cobras por perto, há simplesmente menos chances de evoluir.”

Os estudos estão em continuidade e, juntamente com tecnologias 3D e de captura de movimento, os cientistas ainda têm "muito a fazer" para compreender como a anatomia e o sistema sensorial dos répteis auxiliam o movimento.

Pandemia viral com quarentena generalizada, tempestade de gafanhotos, nuvem de poeira Godzilla, possível retorno da gripe suína e agora o misterioso surgimento dos temíveis répteis em suas versões aladas. Se falassem isso sobre qualquer outro ano da história, seria difícil de acreditar, mas para quem está vivenciando este 2020, nada mais parece surpreender.

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