Artes/cultura
23/07/2020 às 16:00•2 min de leitura
Uma equipe de astrônomos da Universidade Estadual da Louisiana lançou uma nova teoria que pode justificar as anomalias que Betelgeuse, a segunda estrela mais brilhante da constelação de Orion, vem sofrendo nos últimos meses. Conhecida como objeto de fascínio dos grandes estudiosos, a gigante avermelhada agora está sendo relacionada a uma espécie de canibalismo, supostamente alimentando-se de uma estrela mais massiva do que o Sol.
Segundo o Dr. Manos Chatzopoulos, líder do projeto, apesar de muitos pontos permanecerem obscuros, como o fato de Betelgeuse rotacionar mais lentamente do que em comparação com muitas estrelas menores (a cerca de 5 mil km/s), porém incrivelmente mais rápido do que estrelas com seu raio de dimensão (até quatro vezes mais rápido do que o Sol), o fato do astro ter se alimentado de uma companheira de espaço surge como uma teoria que pode responder muitas questões sobre os fenômenos.
Através de uma série de simulações computacionais, os pesquisadores propuseram que Betelgeuse havia feito parte de um sistema binário de estrelas. Tradicionalmente, tais sistemas são ocupados por uma estrela supermassiva em relação à outra, algo que pode levar à absorção da menor pela maior. Ao fim do processo, há um intenso processo de transferência de energia da estrela devorada para sua captora, expandindo ainda mais o objeto e aumentando significativamente sua velocidade de giro.
(Fonte: Daily Express/Reprodução)
"Argumentamos que o melhor cenário que pode explicar a rotação rápida de Betelgeuse e sua grande velocidade espacial observada é aquele em que um binário foi dinamicamente ejetado por seu 'cluster pai' alguns milhões de anos atrás e depois mesclado", concluiu Chatzopoulos, em comentário no artigo publicado no The Astrophysical Journal.
Os resultados da análise computacional também levaram os cientistas a propor uma ordem inversa dimensional no sistema binário. Teoricamente, há a possibilidade de Betelgeuse ter se alimentado de uma estrela mais massiva do que ela, justificando o escurecimento da estrela observado. Na época, o fato levou pesquisadores a acreditarem em uma iminente supernova, uma explosão estelar que iluminaria os céus.
Apesar de ser validada após as conclusões do projeto, a teoria possui chances relativamente menores de se adequar ao caso, mas intriga ao tentar responder os fatos estranhos que a estrela vem experimentando.