Ciência
08/08/2020 às 02:30•2 min de leitura
Um novo estudo sobre o comportamento do novo coronavírus pode ajudar nos planos de reabertura das escolas ao redor do mundo. Ainda que tenham menos chances de desenvolver sintomas mais graves da doença, as crianças até 5 anos podem carregar no máximo 100 vezes mais vírus em seu trato respiratório em comparação aos adultos. A partir dessa idade, o nível parece se igualar ao das pessoas mais velhas.
De acordo com os pesquisadores, isso não quer dizer necessariamente que as crianças também transmitem o coronavírus com mais facilidade. Quando a pandemia começou, as escolas foram as primeiras a serem fechadas pelos países, por isso um estudo comportamental do vírus em um ambiente infantil não pode ser feito em nenhum lugar.
“A questão das escolas é complicada. Há muitas nuances além das científicas”, pondera a médica Taylor Heald-Sargent, especialista em doenças infecciosas pediátricas do Hospital Infantil Ann e Robert H. Lurie, de Chicago (EUA). Ainda assim, a pesquisa tem algumas ressalvas, como o fato de ter sido feita com um grupo muito pequeno de pessoas e sem especificações de raça ou sexo dos investigados. Também não foi levado em consideração se a pessoa possuía alguma comorbidade.
Maioria dos alunos segue sem aulas presenciais desde março.
Essa pesquisa parece comprovar o que já foi visto em dois estudos anteriores. Uma análise alemã, feita com 47 crianças entre 1 ano e 11 anos, mostrou que, mesmo sem apresentar nenhum sintoma, elas carregavam níveis virais iguais ou superiores aos adultos. E um estudo francês mostrou que crianças assintomáticas tinham as mesmas quantidades de vírus se comparadas com aquelas que desenvolveram sintomas.
Vale ressaltar que a nova análise foi feita com base no RNA viral, ou seja, com pedaços de seu material genético e não com o vírus em si. Isso não permite concluir se o que as crianças carregam seria realmente o vírus infeccioso ou apenas partes de sua estrutura, que não seriam tão transmissíveis.
Crianças podem ter níveis muito elevados do novo coronavírus via TecMundo