Artes/cultura
11/08/2020 às 09:00•2 min de leitura
Em apenas dois meses, quatro mortes por ingestão de álcool em gel foram registradas nos Estados Unidos e 11 pacientes foram internados em situação grave após ter contato com a substância tóxica. A questão liga um alerta importante sobre a relação entre a desinfetação corporal e a atual pandemia, diretamente interligados em questões envolvendo a higiene e o combate à transmissão, da mesma forma que propõe uma conscientização urgente para reforçar o papel da solução líquida na utilização diária.
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doença dos Estados Unidos (CDC), os casos de mortalidade após a ingestão de álcool em gel foram resultados da presença de metanol no produto que, diferentemente de etanol, prova-se potencialmente mortal caso seja absorvido pelo organismo. Apesar disso, as instituições também reforçam que, independente do substituto a ser utilizado no líquido, não se deve ingeri-lo de forma alguma, com riscos de comprometer a saúde do corpo e, consequentemente, a vida.
(Fonte: Shutterstock/Reprodução)
O CDC ainda informa que toda compra de materiais desinfetantes para as mãos deverá ser rigorosamente verificada, a fim de observar se há ou não a presença de metanol, tido como um substituto ilegal para desinfetantes corporais. A instituição estimula a necessidade de manter os produtos longe de crianças e animais domésticos, visto que o desconhecimento dos materiais pode causar uma ingestão involuntária e repercutir em sua saúde.
Em abril deste ano, o presidente Donald Trump foi ao público recitar palavras polêmicas sobre o uso de álcool em gel pela população norte-americana. “Vejo o desinfetante, que derruba o vírus em um minuto. Um minuto. Será que há alguma forma de fazer algo, como injetar ou fazer uma limpeza em uma pessoa?”, afirmou Trump, em pronunciamento oficial na Casa Branca. “Porque, veja bem, ele entra nos pulmões e faz um trabalho tremendo, então seria interessante checar isso. Será preciso ver com os médicos, mas soa interessante para mim.”
(Fonte: BBC/Reprodução)
Suas palavras resultaram cerca de 30 pessoas internadas em hospitais em menos de 15 dias, todas alegando contaminação por desinfetantes corporais. Entre maio e junho de 2020, o CDC registrou 15 internações por ingestão intencional de metanol, resultando em convulsões, deficiência visual e mortes dolorosas.