Artes/cultura
31/08/2020 às 06:00•2 min de leitura
Cientistas italianos fizeram um achado histórico no Mar da Sardenha, na região do Mediterrâneo, onde encontraram um tubarão sem pele e sem dentes. A descoberta surpreendeu os pesquisadores, que acreditam ter sido a primeira vez que um animal assim foi visto vivo.
O invertebrado encontrado é da espécie Galeus melastomus, conhecido popularmente como tubarão-gato-de-boca-negra. O animal, que é fêmea, foi resgatado para estudos.
(Fonte: Universidade de Cagliari/Reprodução)
À primeira vista, a imagem do animal é bastante assustadora. Como o bicho está sem pele, é possível ver todos os detalhes dos olhos e das guelras do animal, o que é um pouco desconfortável.
Além disso, como não tem dentes, a boca parece apenas um vazio escuro. Tais anomalias tornam difícil a sobrevivência do tubarão, já que ele precisa das presas para se alimentar e da pele para se proteger.
Os estudos sobre as condições do tubarão-gato-de-boca-negra estão sendo feitos pela Universidade de Cagliari, que foi a responsável por tirá-lo do oceano e tentar compreendê-lo.
Uma das principais diferenças encontradas, fora o fato de não ter dentes e pele, foi a falta de pigmentação no espécime. Os G. melastomus normalmente tem uma epiderme de coloração marrom-acinzentada e cheia de ornamentos. Mas, por não ter pele, a fêmea encontrada tem uma tonalidade amarelada.
As pesquisas também estão tentando descobrir como essas anomalias foram geradas. Os cientistas tentam desvendar se foi um problema genético, a poluição dos oceanos ou até mesmo a alteração das condições climáticas da Terra.
(Fonte: Universidade de Cagliari/Reprodução)
Os pesquisadores não sabem ao certo como esse espécime continuou vivo em pleno oceano, já que a falta de pele causou alguns problemas para o tubarão-gato-de-boca-negra. Por exemplo, a deficiência tornou o animal uma presa fácil para predadores e para outros tubarões na briga por território.
A disfunção também danificou a defesa contra bactérias e parasitas. Isso porque os tubarões normalmente secretam uma proteína que fica na epiderme e protege contra esse tipo de ameaça.
(Fonte: Universidade de Cagliari/Reprodução)
Mesmo com todas as anomalias e desvantagens, a fêmea se desenvolveu bem e está completamente saudável.