Artes/cultura
08/09/2020 às 06:02•2 min de leitura
À primeira vista, para nós leigos, o cão-cantor da Nova Guiné parece apenas mais um cachorro fofinho — sua aparência lembra o nosso amado vira-lata caramelo, talvez. Ele, inclusive, faz parte da espécie Canis lupus familiaris, a mesma dos cães domésticos.
Mas, na verdade, eles são um tipo de cachorro bem diferente desses que a gente têm em casa: sendo cães selvagens, eles possuem genes que não existem em outros cães e são importantes para saber mais sobre o processo de domesticação da espécie. Além disso, o uivo que lhe rende o nome de "cão-cantor" é único na natureza.
Por isso, é compreensível que a notícia de que essa espécie foi encontrada na natureza tenha sido recebida com tanta animação. Antes disso, sabia-se da existência de apenas 200 desses animais em zoológicos ou centros de preservação, em todo o mundo.
Tipo raro de cachorro da Nova Guiné era considerado extinto na natureza (Fonte: Bored Panda/Reprodução)
O cão não era visto na natureza há mais de 50 anos! (Fonte: Bored Panda/Reprodução)
Eles são muito fofos, não é mesmo? (Fonte: Bored Panda/Reprodução)
Fonte: Bored Panda/Reprodução
Os novos exemplares do raríssimo cão foram observados novamente, em 2016, em montanhas da Nova Guiné — uma enorme ilha, na Oceania, a segunda maior do mundo, que é dividida entre o país independente da Papua Nova Guiné e o estado de Papua, que faz parte da Indonésia.
Dois anos depois, cientistas voltaram ao local para colher amostras de material genético dos animais — para comprovar se eles eram mesmo os procurados cães-cantores que não eram vistos há 50 anos. Exames de DNA, comparando o material com o de animais em cativeiro comprovaram o parentesco.
Contudo, os cientistas observaram que já existem grandes diferença entre os animais mantidos em zoológicos e centros de conservação e aqueles que ficaram livres nas montanhas. Afinal, os 200 animais que existem atualmente, em cativeiro, surgiram todos de cruzamentos entre os mesmos oito animais que foram resgatados nos anos 1970 — e que se pensava serem os últimos da raça.
Tantos cruzamentos entre parentes fez com que a variedade genética dos cães-cantores em cativeiro fosse limitada — o que é uma ameaça para a preservação da espécie. Por isso, agora que os cientistas encontraram novos indivíduos a solta na natureza, a ideia é fazer novos cruzamentos entre as populações, para garantir que a existência desse belo e raro animal seja preservada.