Estilo de vida
08/09/2020 às 10:30•2 min de leitura
A pandemia do novo coronavírus entra em seu 7º mês, com diversos países vivenciando uma segunda onda de infecções, enquanto outros lutam para abaixar o número de mortos e infectados da primeira onda.
A quarentena e o isolamento social, ainda recomendados, estão sendo cada vez mais flexibilizados, por isso é importante compreender quais são as atividades do dia a dia que mais oferecem riscos às pessoas.
A infectologista Susan Hassing, da Universidade Tulane, nos Estados Unidos, explica como algumas situações podem ser mais propensas a transmissões. Festas ou churrascos, são exemplos, pois geram aglomeração de pessoas e compartilhamento de copos de bebidas. O ideal é o uso de máscara nesses locais, mas infelizmente pode haver uma pressão social em não respeitar o distanciamento seguro.
“Os bares são realmente projetados para atrair pessoas em grande número, então esse é um dos locais que mais me preocupa quanto à reabertura”, analisa Hassing. Cultos e missas também geram aglomeração e apreensão na opinião da especialista, principalmente pela população que os frequenta ser normalmente mais velha e por haver expressões religiosas em formas de cantos, que liberam mais gotículas no ar.
Bares e restaurantes precisam manter distanciamento entre as mesas.
As atividades físicas também podem ser potenciais vetores, já que a respiração ofegante projeta muitas partículas virais no ar. Pelo menos as academias estão distanciando os aparelhos e solicitando o uso de máscaras durante os exercícios. “Acho que o verdadeiro desafio é para os treinadores”, alerta a infectologista.
Restaurantes também possuem um risco alto de contágio, mesmo que eles coloquem as mesas mais espaçadas. O fato de precisar tirar a máscara para comer faz com que muitas pessoas estejam expostas aos mesmo tempo. Já o transporte público também tem gerado aglomeração, por mais que medidas sejam tomadas para evitar que isso aconteça.
A especialista fala que encontros entre duas pessoas são mais seguros, mas ela recomenda que se saiba se o outro está respeitando as regras – algo que pode ser acompanhado por redes sociais, por exemplo. Profissionais que atuam muito próximos, como dentistas e cabeleireiros, também estão mais vulneráveis a infecções pela covid-19.
Transporte público é um dos locais mais propensos à contaminação pelo novo coronavírus.
Atividades aquáticas, como em piscinas, oferecem risco pela aglomeração e pelo fato de as pessoas ficarem muito próximas – a água em si não transmite a doença. Em termos de hospedagens, os hotéis parecem estar mais preparados em deixar o quarto vazio por um dia entre um hóspede e outro. O mesmo deve ser conferido por turistas que optem por Airbnb, por exemplo, já que o ideal é não emendar locações entre grupos diferentes de pessoas.
Fazer compras oferece risco baixo de contaminação, já que a interação entre vendedor e consumidor costuma ser relativamente mais rápida. O problema, segundo Hassing, está em horários de pico nos shoppings, que costuma atrair muitas pessoas, gerando aglomeração.
Com o “novo normal” sendo criado aos poucos, será preciso se adaptar às novas formas de interação social. Até que saia uma vacina segura, é importante manter as medidas de proteção recomendadas pelas autoridades de saúde. “Existem algumas pessoas prontas e dispostas a aceitar as consequências de se envolver em certos tipos de atividades”, analisou a infectologista. Ainda assim, ela relembra a importância de pensar no coletivo, seja família, amigos ou desconhecidos.
Covid-19: quais atividades do dia a dia oferecem mais riscos? via TecMundo