Artes/cultura
09/09/2020 às 09:00•2 min de leitura
Com as costas inteiramente cobertas pela presença de seus filhotes, o crocodilo-gavial-da-Malásia chama a atenção pelos seus instintos paternais, acomodando as crias em seu corpo para transportá-las pelos rios. Através de uma foto retirada no Santuário Nacional de Chambal, na Índia, é possível ver um pouco mais sobre o diferente hábito, com uma impressionante centena de filhotes preenchendo a imagem.
Atualmente estando ameaçado de extinção, com cerca de 3/4 de sua espécie localizada no santuário de Uttar Pradesh, no norte da Índia, e o restante nas águas doces do Nepal, o gavial se diferencia dos crocodilos tradicionais por apresentar uma constituição do focinho mais alongada, um "ghara", segundo as tradições hindu, termo que o nomeou como "Gharials", em idioma nativo. Assim, o animal é impedido de transportar seus filhotes dentro da boca, sobrando para o restante de seu corpo carregar os bebês.
(Fonte: Dhritiman Mukherjee/Reprodução)
"Outros crocodilos carregam seus filhotes na boca. Com muito cuidado, é claro!", disse Patrick Campbell, curador do Museu de História Natural de Londres . "Mas, para o gavial, a morfologia incomum do focinho significa que isso não é possível. Portanto, os filhotes precisam se agarrar à cabeça e às costas para obter essa conexão e proteção próximas."
Durante décadas, o fluxo dos rios asiáticos foi interrompido pela elevação de barreiras e represas, redirecionando a água para enormes estações hidráulicas e impedindo o amadurecimento de espécies animais nos locais. Tendo que migrar para outras regiões, o crocodilo-gavial-da-Malásia partiu para territórios de caça predatória, onde pescadores utilizavam as estratégias da construção de represas para prepararem armadilhas aos animais dos rios.
(Fonte: Dhritiman Mukherjee/Reprodução)
Parte das espécies ambientadas no Santuário de Chambal são protegidas por instituições anticaça, ganhando oportunidade de reproduzir com outros crocodilos para perpetuar a espécie. No caso do gavial capturado pela lente do fotógrafo Dhritiman Mukherjee, o animal chegou a acasalar com sete ou oito fêmeas para criar a enorme ninhada, tornando-se super protetor e mais agressivo do que outros crocodilos para evitar que ameaças em potencial se aproximassem de seus filhotes.
Dessa forma, Dhritiman espera que as grandes instituições voltem a ter visibilidade sobre o animal e reconheçam a importância da proteção ambiental contra a extinção de espécies raras.