Ciência
28/09/2020 às 06:00•2 min de leitura
A organização veterinária britânica PDSA concedeu na sexta-feira, 25 de setembro, a medalha de ouro "por bravura salvadora e devoção ao dever" a Magawa, o rato-herói. Há cinco anos esse rato gigante africano trabalha identificando minas terrestres e munições não detonadas no território asiático, o que poupa a vida de milhares de pessoas.
O roedor foi o primeiro de sua espécie a receber a maior honra civil do Reino Unido por bravura devido à sua habilidade notável. Ele foi premiado em uma apresentação virtual pelo diretor geral da PDSA.
Magawa foi treinado por uma instituição de caridade chamada APOPO, na Tanzânia, que capacita ratos para detectar minas terrestres desde o início dos anos 1990.
Atualmente, a instituição estima que existam 80 milhões de minas terrestres em todo o mundo que estão ativas e desconhecidas. No Camboja, esse número varia entre quatro e seis milhões de minas, sendo três ainda não foram encontradas. Cerca de 64 mil pessoas já foram vítimas de explosões no país. Por isso, animais leves e inteligentes como o roedor premiado são treinados e usados para identificar minas terrestres sem as detonar.
O treinamento de Magawa durou apenas nove meses e os especialistas usam um clicker e recompensas saborosas para ajudar o rato a identificar o cheiro dos produtos químicos explosivos usados em minas terrestres. Ele passou por todos os testes com louvor e logo foi enviado para o trabalho. O roedor consegue vasculhar a área equivalente a uma quadra de tênis em 30 minutos, algo que levaria quatro dias para um humano com detector de metais. Além disso, o treinamento faz com que os animais ignorem as sucatas e vão diretamente para os odores dos produtos químicos, de forma mais certeira, rápida e segura.
A APOPO conta com 45 ratos farejadores de minas terrestres e 31 ratos que detectam a tuberculose na África e na Ásia.