Por que algumas cobras estão comendo apenas as vísceras de sapos?

04/10/2020 às 04:002 min de leitura

Um estudo publicado em 11 de setembro no periódico Herpetozoa analisou o motivo das cobras kukri asiáticas (Oligodon fasciolatus) serem vistas recentemente comendo apenas as vísceras de sapos na Tailândia

Elas, que possuem dentes bem largos, conseguem mergulhar suas cabeças nas cavidades abdominais desses anfíbios para comer seus órgãos internos. No entanto, tudo isso acontece enquanto as criaturas ainda estão vivas, deixando o resto do cadáver intocado.

(Fonte: Winai Suthanthangjai/Reprodução)
(Fonte: Winai Suthanthangjai/Reprodução)

De acordo com a pesquisa, os animais atacados são venenosos e pertencentes à espécie Duttaphrynus melanostictus, também conhecidos como sapos-comuns asiáticos ou sapos-manchados asiáticos. Eles costumam lutar por sua sobrevivência secretando uma substância branca tóxica, o que levou os cientistas a acreditar que a estratégia das víboras pode ser uma forma de evitar esta toxina.

Cobras versus Sapos

As cobras kukri são chamadas assim porque seus dentes cortantes se assemelham a um facão curvado comumente encontrado no Nepal

Os pesquisadores analisaram três ocorrências das cobras comendo sapos na Tailândia. Na primeira delas, em 2016, o sapo já estava morto quando as testemunhas descobriram a cena, aparentemente, o réptil teria cortado o corpo da presa balançando a cabeça de um lado para o outro, e em seguida, inserido-a lentamente na ferida.

“Posteriormente, retirou órgãos como fígado, coração, pulmão e parte do trato gastrointestinal”, explicou Henrik Bringsøe, autor principal do novo estudo. 

(Fonte: Winai Suthanthangjai/Reprodução)
(Fonte: Winai Suthanthangjai/Reprodução)

As outras ocorrências aconteceram neste ano e uma delas teria durado quase três horas. A kukri atacou a criatura, mas foi detida temporariamente por causa do veneno. Depois de finalmente neutralizar a toxina, ela conseguiu engolir os órgãos que tanto queria, mas o mais chocante é que sua vítima ainda respirava.

O estudo ainda levantou algumas hipóteses sobre os dois animais para análises futuras. Entre elas está o fato de que as víboras podem ser imunes às toxinas do Duttaphrynus. No entanto, ainda não há dados suficientes para afirmar com certeza.

“Continuaremos a observar essas cobras fascinantes na esperança de descobrir outros aspectos interessantes de sua biologia“, finalizou Bringsøe. 

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