Fóssil de ancestral do ratel é encontrado na África do Sul

11/11/2020 às 05:002 min de leitura

O ratel, ou texugo-do-mel, é um animal de reputação feroz, garras afiadas, casaco de pele grosso e comportamento agressivo. Boa parte desses traços, porém, nada mais são do que um indicativo sobre como viviam os ancestrais dessa espécie no período pré-histórico. 

De acordo com a Science Times, um grupo de paleontologistas descobriu os restos mortais de 5 milhões de anos do que aparenta ser um mamífero muito similar ao que é chamado de ratel nos dias de hoje. Oss fósseis foram encontrados no sítio arqueológico de West Coast Fossil Park , em Langebaanweg, na África do Sul.

Os ancestrais do ratel

(Fonte: Maurício Anton/Museu Nacional de Ciências Naturais)
(Fonte: Maurício Anton/Museu Nacional de Ciências Naturais)

Classificado como Mellivora benfieldi , a extinta espécie de ratel foi descrita pela primeira vez em 1987 no trabalho do pesquisador Brett Hendey. Na época, Hendey havia analisado uma proporção de fósseis três vezes inferior aos descobertos recentemente no país africano.

Segundo o estudo atual feito pelos Museus Iziko da Cidade do Cabo, os fragmentos de ossos descobertos trazem novas informações sobre a evolução dos mustelídeos e mostra como esses ancestrais eram uma espécie verdadeiramente única. Entre outros animais que fazem parte dessa família de carnívoros estão as doninhas, lontras e os furões.

Baseado em suas descobertas, os arqueólogos sugerem que, apesar dos texugos-do-mel serem os únicos sobreviventes dos mustelídeos de subfamília Mellivorinae, um dia essas criaturas fizeram parte de um grupo muito diverso e próspero. 

Os cientistas descobriram através da análise dos ossos que esses animais eram divididos em dois enormes grupos: os Mellivorini, grupo ao qual os extintos ratels de Langebaanweg faziam parte, e os Eomellivorini, que possuiam tamanhos de corpo muito mais largos que o regular.

Transformação histórica

(Fonte: Alberto Valenciano/Iziko South African Museum)
(Fonte: Alberto Valenciano/Iziko South African Museum)

Mesmo com boa parte das espécies pré-históricas terem diminuído de tamanho com o passar das gerações, a história evolutiva do ratel conta o contrário. Os novos estudos demonstram que os antepassados dos texugos-do-mel, na verdade, tinham proporções levemente menores do que os espécimes atuais.

Por outro lado, ambos compartilhavam alguns traços de comportamento. O ratel de Langebaanweg possuía o mesmo caráter oportunista em relação às suas presas e também era um ótimo escavador. 

Para a paleontóloga Romala Govender, que trabalhou no local, os fósseis de Langebaanweg são um marco no aprendizado como as espécies africanas lidaram com as mudanças ambientais e climáticas, sobretudo os carnívoros.

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