Artes/cultura
20/11/2020 às 08:00•2 min de leitura
A Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos (NSF) anunciou nessa quinta-feira (19) que vai desativar o Observatório de Arecibo, em Porto Rico. A decisão foi motivada pelos rompimentos de dois cabos de sustentação ocorridos no local recentemente, deixando a gigantesca estrutura em risco de desabar.
Segundo a NSF, as últimas avaliações realizadas no equipamento, feitas por empresas de engenharia independentes, apontaram que a estrutura do telescópio pode colapsar se houverem novas quebras de cabos, como as acontecidas em agosto e no início deste mês.
Além disso, os especialistas afirmam que novas tentativas de reparo não trariam soluções definitivas para o caso e ainda colocariam a vida dos profissionais em risco. “A NSF prioriza a segurança dos trabalhadores, da equipe do Observatório de Arecibo e dos visitantes, o que torna essa decisão necessária, embora infeliz”, disse o diretor da Fundação Sethuraman Panchanathan.
Os responsáveis pelo telescópio agora trabalham em uma estratégia segura para desativar a antena parabólica de 305 metros de diâmetro. O objetivo é proteger as demais instalações do local, para resguardar os quase 60 anos de história do observatório e deixá-las disponíveis para futuras pesquisas e missões educacionais.
Inaugurado em 1963, o Observatório de Arecibo foi, durante décadas, o maior radiotelescópio do mundo, posto perdido somente em 2016, quando surgiu o Telescópio de Rádio Esférico de Abertura (FAST), na China.
Desenvolvido para estudos da ionosfera, o equipamento também acabou sendo utilizado em pesquisas relacionadas às galáxias e na radioastronomia, além de integrar o Programa de Observação de Objetos Próximos à Terra, da NASA, acompanhando asteroides que passam perto do planeta.
A sua capacidade de enviar e captar sinais vindos do espaço também era bastante explorada. Tal característica fez dele a principal ferramenta usada na busca por sinais de vida extraterrestre, trabalho realizado pelo projeto SETI.
Com o encerramento das atividades, a NSF afirmou que pretende continuar a parceria com o governo de Porto Rico. Além de tentar manter as partes da instalação não afetadas pelos acidentes, a fundação quer destinar os recursos aplicados no telescópio para fins educacionais no país.