Artes/cultura
31/12/2020 às 05:00•4 min de leitura
A ciência precisou trabalhar bastante em 2020, especialmente depois que o mundo virou de cabeça para baixo, com o início da pandemia de covid-19. Mas especialistas de todas as áreas do conhecimento — mesmo aquelas que pouco tem a ver com a situação atual — ofereceram descobertas muito interessantes à sociedade.
Como dezembro é o mês oficial das retrospectivas, nós aproveitamos para relembrar as 8 descobertas científicas que mais nos surpreenderam em 2020.
A indiana Shreya Siddanagowda sofreu um grave acidente de ônibus e precisou amputar seus dois braços, em 2016. Uma chance de recomeço foi oferecida à jovem, um ano depois, com um transplante duplo. Os médicos disseram que os membros transplantados teriam uma cor de pele diferente do resto do corpo, mas Shreya aceitou a condição, desde que ela pudesse voltar a usar seus braços normalmente.
Em 2020, a moça chamou a atenção de especialistas ao redor do globo, quando descobriu-se que o braço transplantado estava com o tom da pele da jovem. Pouco mais de 100 transplantes desse tipo foram realizados no mundo e Shreya é um dos primeiros casos a observar uma mudança deste tipo.
Embora os cientistas ainda não consigam explicar como isso ocorreu, acredita-se que as células de melanina do corpo da jovem tenham substituído as do membro.
Uma das notícias mais inusitadas de 2020 — não só na ciência, mas de modo geral — envolve a voz de uma múmia de 3 mil anos. Isso porque egiptólogos da Universidade de York, no Reino Unido, conseguiram reproduzir as cordas vocais de um sacerdote egípcio mumificado, chamado Nesyamun.
Para isso, a equipe escaneou o corpo, que ainda estava em perfeito estado de conservação. Depois, o modelo foi impresso em 3D e conectado a uma laringe eletrônica. Assim, foi possível reproduzir sons simples como “ah!” e “eh!” com um tom semelhante ao que o homem teria em vida.
Segundo os cientistas, esse tipo de tecnologia poderá servir como atração em museus.
Como nós publicamos por aqui em abril, um estudo paleontológico bastante curioso se propôs a descobrir qual teria sido o local mais perigoso do nosso planeta, não apenas agora, mas ao longo de sua história.
Segundo os cientistas, trata-se da região do Saara, por volta de 100 milhões de anos atrás: com uma incrível concentração de predadores famintos competindo por comida, um humano viajando no tempo viraria lanche num piscar de olhos. “Este foi sem sombra de dúvida o lugar mais perigoso da história do planeta”, afirmou o Dr. Nizar Ibrahim, um dos autores do estudo.
Ter um piolho no lugar da língua é algo que acontece com certas espécies de arenque, segundo descobertas de um ictiólogo da Rice University, no Texas (Estados Unidos). O inseto invade o corpo do peixe pelas guelras e se hospeda na mucosa de sua boca. Ele, então, começa a absorver todo o sangue da língua do bicho até que ela caia fora.
A partir daí, o piolho começa a agir como se fosse a língua do peixe, degustando tudo que ele come. Por mais bizarro que pareça, a relação é simbiótica e pode se estender por vários anos, sem que o pobre arenque sequer perceba.
Esse item da lista não terá uma imagem para que o pobre redator não tenha pesadelos com esse animal horripilante — se você quiser ver, acesse a matéria sobre o crustáceo batizado como “Darth Vader” por sua conta e risco.
O crustáceo descoberto em 2020, que mais parece uma barata gigante, recebeu essa alcunha porque sua carapaça lembra o traje espacial do vilão de Star Wars. Por gigante, queremos dizer que ele é muito maior que qualquer barata que você já tenha matado na sua casa: eles tem 33 centímetros, em média, podendo chegar a 50. Haja chinelo!
Agora uma notícia que, além de assustadora, é preocupante: os ursos polares estão praticando mais canibalismo do que nunca, graças à ação humana em seu habitat. Por mais que essa prática já tenha sido observada na espécie, a escassez de alimentos causada pelas atividades industriais no Ártico e a diminuição das calotas polares está fazendo com que ela se torne comum. Cada vez mais ursos estão atacando animais da mesma espécie e se alimentando deles para sobreviver.
Em algumas espécies de animais, os filhotes nascem direto do útero de suas mães, enquanto outras colocam ovos, que chocam. Mas com esse lagarto de três dedos da Austrália, as duas coisas podem acontecer.
Segundo os cientistas, animais que vivem mais próximos da cidade são mais propensos a botar ovos; já aqueles que moram em terras mais altas, com tempo mais frio e úmido, tendem a parir seus filhotes.
Esse bichinho da foto parece estranho — e é! Trata-se de um sturddlefish: um híbrido entre duas espécies: o peixe-espátula (paddlefish) e o esturjão (sturgeon). O mais louco nessa história é que a nova espécie alienígena foi criada totalmente por acidente, como você pode ler nessa matéria que publicamos em julho.
Resumindo o causo, os cientistas estavam fazendo experiências de reprodução assexuada, já que os dois tipos de peixe estão ameaçados de extinção. Mas, em algum momento, o sêmen e os óvulos se misturaram e deram origem ao híbrido.
Essas oito notícias estão entre as mais interessantes novidades que a ciência trouxe para a gente em 2020. Para ficar por dentro dos novos conhecimentos que podemos adquirir no ano que vem, fique sempre ligado aqui no Mega Curioso.