Artes/cultura
30/01/2021 às 10:00•2 min de leitura
Um novo estudo feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Arqueológicas Preventivas (Inrap), da França, descobriu um túmulo de 2 mil anos onde uma criança havia sido enterrada junto de um cachorro. De acordo com os pesquisadores, a cova também contava com os resquícios de um banquete fúnebre e os ossos do animal guardavam um colar de sino.
Os arqueólogos ainda tentam descobrir se o filhote morreu por causas naturais ou se acabou sendo sacrificado pela crença de acompanhar a criança morta na vida após a morte. Localizada próximo ao aeroporto de Clermont-Ferrand Auvergne, os pesquisadores descreveram a descoberta como algo “absolutamente excepcional”.
Segundo os arqueólogos do Inrap, todos os itens e peças de artesanato encontrados no túmulo mostram que a criança enterrada fazia parte de uma família europeia rica. Além disso, os pesquisadores destacam que o enterro de animais de estimação junto de pessoas falecidas é algo já conhecido pela história, exceto pela particularidade da coleira de sino.
Através da análise dos restos mortais, foi possível identificar que a criança morreu quando tinha apenas 1 ano. Como a diferenciação de gênero pode ser um processo difícil de se realizar em análises anatômicas de crianças, o Inrap afirmou ainda não ter certeza se o defunto era uma menina ou um menino.
Como o local do sepultamento fica dentro da antiga Gália Romanizada, os arqueólogos estimam que o túmulo tenha sido criado entre os reinados dos imperadores romanos Augusto e Tibério (27 a.C a 37 d.C). Dessa forma, a criança teria nascido durante ou um pouco depois da existência de Jesus Cristo.
A pessoa que enterrou a criança e o cachorro se preocupou em deixar comida e bebida ao lado do caixão. Na época, era comum que os funerais fossem montados com um belo banquete, tendo porções servidas para as pessoas ainda vivas e deixando o resto ser enterrado com o falecido.
Também foi encontrado na sepultura um objeto intrigante: um dente infantil guardado dentro de uma concha. Segundo os pesquisadores, é possível que o dente pertencesse a algum irmão da criança morta e foi deixado como forma de laço afetivo entre os dois.
A equipe do Inrap pretende continuar escavando o sítio arqueológico de Clermont-Ferrand Auvergne até fevereiro de 2021 na esperança de encontrar mais descobertas interessantes sobre o passado romano.