Ciência
28/05/2021 às 09:39•2 min de leitura
No última terça-feira (25), no Uruguai, foi confirmado o caso de um homem de 50 anos que, depois de se recuperar da covid-19, foi infectado com o fungo negro, que causa mucormicose. O indivíduo, que também sofre de diabetes, começou a apresentar sinais de infecção por fungos 10 dias depois de ter se curado da covid-19.
Embora o paciente não tenha tido uma infecção grave de covid-19 não precisou de hospitalização, descobriu que está com mucormicose e agora essa é a sua principal batalha. O caso é um alerta, pois mostra o desgaste imunológico causado pelo coronavírus, que deixa um terreno fértil para outras infecções.
Os médicos procuram a manifestação de mucormicose nos olhos e na boca dos pacientes. (Fonte: Freepik/romanzalets)
Muito se falou do fungo negro recentemente, pois houve uma explosão de casos na Índia, mais de 11 mil até o momento. A mucormicose é uma infecção rara, mas grave, causada por fungos dos gêneros Mucor, Abdsidia e Rizopus.
Essa doença afeta a cavidade nasal e os seios paranasais, tem uma taxa de mortalidade de 50% e muitos casos de mutilação. Por ser muito agressivo, o tratamento inclui cirurgia para retirada da parte necrosada e uso de medicamentos antifúngicos.
A doença é causada por esporos de fungos encontrados no solo e matéria orgânica, geralmente inalados pelos humanos a partir do ar. O esporo entra no corpo e se manifesta ao redor do nariz e órbitas oculares, fazendo com que a região nasal fique enegrecida. Caso não seja interrompida, a doença pode se espalhar para o cérebro.
O distúrbio geralmente aparece em pacientes com algum tipo de imunodeficiência, que é a capacidade do corpo de combater infecções, como diabetes e AIDS. A Índia tem a segunda maior taxa de diabetes do mundo, por isso a incidência do país é alta.
Com a imunidade baixa por causa dos esteroides utilizados para tratar a covid-19, o sistema imunológico fica fraco e desenvolve a mucormicose. (Fonte: Freepik/pongmoji)
Os médicos acreditam que a relação entre a mucormicose e a covid-19 pode ser o uso dos medicamentos esteroides usados para combater o coronavírus. Esses remédios reduzem a inflamação nos pulmões para deter os danos do sistema imunológico do corpo, mas eles também acabam reduzindo a imunidade.
Os pacientes que possuem diabetes têm as defesas imunológicas do corpo mais baixas e o coronavírus a agrava. Assim, os esteroides que ajudam a combater a covid-19 agem como combustível desse incêndio, deixando o indivíduo suscetível a outras infecções.