Ciência
10/06/2021 às 13:00•2 min de leitura
A ciência já sabe que os cachorros têm a habilidade para se conectar com os humanos muito mais desenvolvida do que outros animais — mais até do que outros primatas, que estão mais próximos de nós na evolução. Mas um estudo recente descobriu que até os filhotinhos podem ter essa habilidade bastante desenvolvida. Em vista disso, é possível inferir que, mais do que algo que os cachorros aprendem, isso está na genética deles.
Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da Universidade do Arizona realizaram uma das pesquisas mais fofas que a gente já noticiou aqui no Mega Curioso. Trezentos e setenta e cinco "voluntários" — filhotinhos de Labrador e Golden Retriever, com cerca de oito semanas de idade, esperando para serem treinados como cães-guia — foram recrutados para participar dos testes, que nada mais eram do que brincadeiras com os filhotinhos, para colocar suas habilidades sociais a prova.
Sim, os cientistas tiveram que brincar com filhotes fofos em nome da ciência. Deve ter sido muito difícil, né?
Imagem: Steve Sewell/Pexels
O objetivo dos cientistas era observar se os cachorrinhos entendiam o comportamento dos humanos, de fato — se eles ficavam felizes quando o humano fazia brincadeirinhas e sorria para eles ou se eles iam atrás do petisco que a pessoa estava apontando.
Uma parcela de cerca de 40% dos "voluntários" entendia tudo, conseguindo se conectar com os humanos — mesmo eles sendo filhotinhos e nunca tendo contato com pessoas antes disso. De acordo com a Dra. Emily Bray, autora principal do estudo, esse índice é muito maior do que seria possível por simples acaso e indica que há algum fator genético relacionado às habilidades sociais dos cães. Relacionar-se com os humanos não é apenas algo que eles aprendem, mas que está gravado em seus genes.
Imagem: Lisa Therese/Unsplash
Em entrevista ao podcast "60 Second Science", da revista Scientific American, a Dra. Bray disse ainda que esse índice é semelhante ao de seres humanos que "herdam" inteligência geneticamente. O próximo passo do estudo é entender quais genes dos cães estão relacionados com essas habilidades.
Sim, a Dra. Bray e sua equipe continuarão nesse trabalho desgastante de brincar com cachorros fofos, pela ciência. Isso que é dedicação.