Ciência
03/03/2023 às 02:00•2 min de leitura
O seu cérebro literalmente muda quando você aprende algo novo. A memória é o resultado de alguma experiência que você e seu cérebro tiveram que forma um traço, como uma pegada que você deixa na areia, que existe em seu cérebro na conexão entre os neurônios e as informações. Formar uma nova memória, que é na verdade aprender algo, é simplesmente criar novas conexões cerebrais. “Lembrar” essa memória é o processo de encontrar essa conexão e acessá-la, e existem diferentes tipos de memórias.
A memória de trabalho, que também é chamada de curto prazo, é a memória que é mantida em seu cérebro por talvez alguns segundos ou minutos, como um número de telefone que alguém acabou de passar. Assim que você perder o foco na informação, já era! E mesmo para mantê-lo em sua memória de curto prazo, você precisa fazer algum esforço, como repetir esse número várias vezes.
Já a memória de longo prazo é a que está lá há bastante tempo e que você pode recuperar (lembrar!) sem ter que praticá-la, ela "só está lá". Memórias de longo prazo podem incluir informações duradouras e muito frequentes (como nomes de familiares ou como dirigir um carro) ou informações mais recentes, como quando você reconhece uma nova palavra que aprendeu no Duolingo ontem.
Dentro dessas memórias de longo prazo, existem dois tipos, que são para diferentes categorias de informação: a memória implícita, que é sobre habilidades e processos, como andar de patins e falar sua própria língua. Já a memória explícita é sobre informações e fatos, como a capital de um país e o que você comeu no almoço.
Quando se trata de aprendizagem de idiomas, podemos pensar na memória implícita sendo usada para ter instintos sobre o que "soa bem" e quais palavras combinam, e memória explícita para descrever como a língua funciona. É por isso que existe uma diferença entre conhecer uma regra de linguagem e realmente ser capaz de usá-la. A maioria das pessoas não conhece todas as regras gramaticais em seu próprio idioma (memória explícita), mas pode usar seu idioma muito bem (memória implícita).
Se estamos tentando aprender algo (como palavras em um novo idioma), repetimos várias vezes (como desenvolver uma sequência), focamos nisso e praticamos. Tudo isso acontece enquanto a informação está na memória de trabalho (de curto prazo). Com prática, atenção e foco suficientes, essas informações podem "grudar" em nós e passar para a memória de longo prazo. Então, podem ser acessadas mais tarde, mesmo que você pare de pensar nisso por um tempo. Pode até durar décadas!
Você pode pensar na memória como uma estrada. Caminhe por ela várias vezes e ela se tornará um caminho bem conhecido e facilmente acessível! Mas mesmo as estradas mais bem estabelecidas podem ficar danificadas depois de muito tempo sem uso, não é mesmo? Da mesma forma, quanto mais você usa informações, mais fácil é recuperá-las. Por isso é importante sempre treinar e trazer para sua realidade o novo idioma que está aprendendo ou reaprendendo (o que será ainda mais rápido!).
Como você pode ver, o seu cérebro – e sua memória – é uma rede movimentada de todos os tipos de conexões, e quanto mais você trilhar esse caminho em busca de informações ou de uma habilidade de que gosta, maior a chance de ele permanecer e chegar à sua memória de longo prazo.
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Analigia Martins é colunista do Mega Curioso e diretora de Marketing no Brasil de Duolingo, a maior plataforma de aprendizado de idiomas do mundo e o aplicativo mais baixado na categoria de Educação no iTunes e na Google Play. Responsável por aumentar a notoriedade e o crescimento do Duolingo no Brasil, segundo maior mercado da empresa, a executiva tem 20 anos de experiência em marketing de serviços, especialmente na área de Educação no Brasil e nos Estados Unidos. Analigia é pós-graduada em Administração de Empresas pela Universidade Harvard e bacharel em Publicidade pela Fundação Cásper Líbero.