Ciência
03/04/2023 às 08:00•2 min de leitura
O TikTok costuma receber diversos desafios de tempos em tempos e um dos últimos a fazer sucesso na rede social foi o desafio do cabide. Neste, a proposta é colocar um cabide na cabeça e, depois de um tempo, vê-la se movendo sem você dar comando nenhum.
Apenas para contextualizar, o desafio do cabide teve seu primeiro boom ainda durante a pandemia do coronavírus, no ano de 2020. Nessa época, pudemos ver pessoas de diversos locais do globo (e também de idades variadas) colocando cabides na cabeça.
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— ????? (@b_ideo) September 24, 2020
A lógica é a seguinte: ao abrir o cabide, o interessado em realizar o desafio deve colocar o item na cabeça com a parte plana apertando ligeiramente um dos lados da cabeça, sempre na altura da têmpora.
Após posicioná-lo, muitos percebem que, involuntariamente, a cabeça começa a girar para o lado onde está a pressão (e geralmente acabavam se assustando com o resultado).
Se a essa altura você está pensando algo como "será que existe alguma base científica para isso?", a resposta é sim.
Em 2015, neurologistas do Departamento de Neurocirurgia na Universidade de Toyama realizaram um estudo que recebeu o título Taxa de ocorrência do reflexo do cabide: rotação inesperada da cabeça ao aplicar compressão na região fronto-temporária.
Nessa pesquisa, 120 voluntários, sendo 60 homens e 60 mulheres, se submeteram ao teste do cabide, que passou a ser feito posteriormente nas redes sociais. Após colocar o item sobre a têmpora, 95,8% dos participantes acabaram movendo sua cabeça (desse montante, 85,4% moveram a cabeça para o lado da pressão, enquanto os 14,6% restantes foram para a direção contrária), e 4,2% mencionaram não sentir nada.
Com isso, os pesquisadores descobriram que, de fato, existe um reflexo quando falamos sobre a pressão que um cabide é capaz de exercer na região unilateral fronto-temporária, mas sem garantir exatamente o que ativa essa movimentação involuntária.
Outro ponto importante é que esse movimento não possui nenhuma interferência quando falamos sobre o gênero da pessoa que está realizando a ação.
O estudo feito no Japão ainda menciona que o teste do cabide poderia ser um aliado contra o torcicolo, mas era preciso analisar o caso mais a fundo para verificar se, de fato, isso poderia acontecer.