Polvo-de-anéis-azuis: 5 fatos sobre esse animal fofinho, mas fatal

Em março deste ano, uma mulher precisou ser internada na Austrália após ser mordida por um animal com uma aparência bastante inofensiva. Os polvos-de-anéis-azuis são um grupo de moluscos conhecidos pelo seu visual bastante peculiar e por seu pequeno tamanho — mas que escondem um perigo mortal.

Eles habitam as costas do norte da Austrália ao Japão, incluindo Papua Nova Guiné, Ilhas Salomão e Indonésia, até o oeste do Sri Lanka. Os encontros com seres humanos são relativamente comuns, porque eles podem ser encontrados em conchas na areia do mar, em recifes de corais rasos e até em poças de maré em profundidades que variam de 0 a 20 m.

A mulher ferida na Austrália estava coletando algumas conchas durante um mergulho, quando o polvo saiu do seu esconderijo e a atacou no abdômen. Embora tenha escapado praticamente ilesa, o veneno deste animal é bastante poderoso e pode matar.

Abaixo, você pode conhecer um pouco mais sobre essa simpática, mas perigosa criatura dos mares.

1. Eles possuem dois tipos de veneno

(Fonte: GettyImages)

Todas as quatro espécies de polvo-de-anéis-azuis contêm dois tipos de veneno. O primeiro é semelhante ao de outros tipos de polvos. Ele serve como defesa contra predadores e é menos perigoso. Já o segundo é o que faz dele uma espécie verdadeiramente letal. Presente na saliva destes animais, ele serve para caçar. Eles costumam atacar pequenos crustáceos durante a noite e aguardam que o veneno se espalhe pelo corpo da presa antes de se alimentar.

2. Um perigo pequeno e chamativo

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De maneira geral, o corpo de um polvo-de-anéis-azuis adulto costuma ter menos de 5 cm de comprimento — eles têm o tamanho equivalente ao de uma bola de golfe. Já os seus tentáculos costumam ter cerca de 7 cm e as fêmeas são ligeiramente maiores que os machos. Os filhotes nascem com cerca de 10 g e quando adultos eles podem pesar até 100 g.

Assim como acontece com outras espécies venenosas na natureza, o corpo desses polvos serve como um alerta para predadores. Quando estão dormindo ou caçando, eles apresentam uma coloração que se mistura com o fundo do mar — uma variação de amarelo escuro a cinza. Porém, quando se sentem ameaçados, os anéis azuis que caracterizam esses animais apresentam uma coloração bastante viva e chamativa.

3. Um veneno fatal

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O veneno presente na saliva dos polvos-de-anéis-azuis é a tetrodotoxina (TTX). Essa substância é uma neurotoxina produzida por bactérias. Ela tem ação rápida e é uma das mais potentes substâncias naturais conhecidas. Um miligrama da TTX pode ser de 10 a 100 vezes mais letal que o veneno da viúva negra.

A quantidade de veneno presente em um único animal pode matar 26 adultos em poucos minutos. A toxina atinge o sistema nervoso, bloqueando os sinais nervosos por todo o corpo — a primeira coisa que uma pessoa sente é dormência. Conforme a ação do veneno avança, ele causa paralisia completa dos músculos, incluindo aqueles que controlam a respiração.

4. Muitas vítimas, poucas mortes

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É comum que uma pessoa seja mordida por um polvo-de-anéis-azuis e nem perceba. A mordida é leve e produz pouca ou nenhuma descoloração da pele na área e não provoca mais do que uma pequena gota de sangue. Apesar disso, os primeiros sintomas aparecem depois de 5 ou 10 minutos.

Como o tratamento com acompanhamento hospitalar é bastante eficaz (em alguns casos é necessário entubar a vítima), nunca foi desenvolvido um antídoto para este veneno. Depois de cerca de 15 horas, os músculos da vítima voltam a funcionar novamente. Normalmente, aqueles que sobrevivem às primeiras 24 horas apresentam uma recuperação completa. Embora esta seja uma das criaturas marinhas mais mortíferas, apenas três mortes causadas pelo polvo-de-anéis-azuis foram relatadas: duas na Austrália e uma em Cingapura.

5. Eles não querem te fazer mal

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Um dos motivos de existirem poucas vítimas fatais é que os polvos-de-anéis-azuis não são animais agressivos. Eles só atacam quando se sentem ameaçados. Todos os anos, várias pessoas são mordidas enquanto fazem mergulhos. Na maioria dos casos, elas nem sabem da existência do animal.