Estilo de vida
18/05/2023 às 02:00•2 min de leitura
Basta dar uma olhada em um elefante para perceber o quão diferentes somos dos imensos animais. Nossa capacidade de viver em sociedade, formar laços, lembrar de fatos ocorridos no passado e passar conhecimento adiante claramente é superior à dos paquidermes, certo? Errado.
Segundo um recente documentário do National Geographic, os elefantes são mais parecidos com os seres humanos do que imaginávamos.
Narrado por Natalie Portman e disponível no Disney+, o documentário Segredos dos elefantes aborda aspectos sobre estes animais que geralmente não consideramos. A produção nos mostra, por exemplo, certos segredos de sobrevivência passados de geração para geração. Também descobrimos como eles demonstram empatia e são seres bastante generosos.
Com produção executiva de James Cameron, o famoso diretor de filmes como Titanic e Avatar, o documentário é dividido em quatro partes. Cada episódio é focado em um habitat diferente, mostrando como é a vida dos elefantes nas savanas, florestas, desertos e na Ásia. Vida esta, aliás, que não é exatamente das mais fáceis.
Em entrevista ao site PopSci, a conservacionista e defensora dos elefantes Paula Kahumbu falou um pouco sobre seus mais de 30 anos de experiência com estes animais. Segundo ela, a ameaça número um aos elefantes no leste da África é a dobradinha de "retaliação e intolerância." Em risco crítico de extinção, as espécies africanas de elefantes muitas vezes são vítimas de ação humana. O documentário mostra como muitas vezes elefantes são mortos ou feridos em consequência de ataques em resposta a danos causados a propriedades, ou pessoas.
E mesmo em meio a toda essa violência, o documentário consegue mostrar o quão similares são as duas espécies. Por exemplo, elefantes são bastante inteligentes, sendo capazes de resolver problemas e se adaptar a diferentes situações e ambientes de maneira semelhante aos humanos. Além disso, assim como nós, eles não apenas acumulam conhecimento: eles o passam adiante de uma geração para a outra.
Habilidades de sobrevivência e reconhecimento de território, por exemplo, são passados dos elefantes mais velhos para os mais jovens. O documentário mostra que eles são capazes de se comunicar e viver em sociedade, com diferentes indivíduos cumprindo as mais variadas funções.
Algo curioso e bastante interessante mostrado na série documental é que, diferente de outras espécies, as fêmeas continuam tendo papel crucial no grupo mesmo após seu período de fertilidade. Passado o período em que podem dar vida a novos filhotes, as elefantas deixam o papel de mãe e passam a atuar como verdadeiras avós e matriarcas. Kahumbu as descreve como guardiãs do conhecimento, sabendo exatamente onde encontrar água, onde buscar por comida e quais são os melhores lugares para descansar em segurança, por exemplo.
Como matriarcas, as elefantas mais velhas passam seu conhecimento às gerações mais jovens
Com o mundo em constante mudança e com os animais sendo fortemente impactados pela ação humana e o aquecimento global, o documentário mostra como os elefantes lidam com o inesperado. No caso das fêmeas, elas são capazes de aprender com os mais velhos e, com o passar dos anos, vão adquirindo novos conhecimentos e adaptando o que sabem para a nova realidade ao seu redor. E toda essa sabedoria vai sendo passada para as gerações mais novas.
O documentário também mostra alguns casos mais diferentes, como o de uma elefanta que, após a morte de todo o seu grupo, foi incapaz de se juntar a outros elefantes. Não diferente do que nós, humanos, fazemos quando nos sentimos peixes fora d'água e buscamos outras companhias, ela se adaptou à situação e encontrou uma solução. Deslocada da sociedade, no fim das contas ela acabou se tornando a matriarca de, pasme, uma manada de búfalos.
Bastante interessante e informativa, a série documental em quatro partes Segredos dos Elefantes já está disponível no catálogo do Disney+.