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10/06/2023 às 10:00•2 min de leitura
Durante a última semana, um caso curioso chamou atenção nos Estados Unidos: ao avistar um filhote de bisão tentando atravessar um rio no parque de Yellowstone, o visitante chamado Clifford Walters tentou ajudar o animal a sair da água e chegar até onde estava seu rebanho — uma vez que o filhote havia se separado se sua mãe.
Pelas regras locais, todo visitante deve manter 23 metros de distância de bisões, alces e veados, o que fez com que Walters respondesse na Justiça por alimentar, tocar, provocar ou perturbar intencionalmente a vida selvagem. Porém, o que faz ser tão delicado assim entrar em contato com animais selvagens na natureza? Entenda nos próximos parágrafos!
(Fonte: National Park Service/Reprodução)
O caso de Yellowstone é apenas um retrato sobre como os humanos podem atrapalhar na vida selvagem. Após Walters ter entrado em contato com o filhote de bisão, os guardas do parque notaram que a criatura não estava mais sendo aceita pelo seu rebanho. Diversas tentativas de reintegrá-lo foram feitas, mas todas sem sucesso.
Como o animal foi abandonado pelos membros de sua família, isso o tornaria muito mais suscetível a se aproximar de carros e das pessoas no parque. Então, a direção do local tomou a decisão de sacrificar a criatura para não interferir no equilíbrio da natureza. Estudos mostram que animais jovens, em especial, sofrem maior risco de rejeição por sua própria espécie ao serem tocados por um humano.
Isso ocorre pois o cheiro humano fica preso na pele do filhote. Essa fragrância, então, é sentida pela mãe, que pode deixá-lo para trás para morrer por não reconhecê-lo mais como seu filho. Portanto, o mais recomendado a se fazer, mesmo que algum animal precise de ajuda, é alertar os guardas florestais especialistas em vida selvagem para lidarem com a situação sem interferir no equilíbrio do ecossistema.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
Apesar de ser o que mais parte o coração, o fato dos filhotes serem rejeitados pelas mães após contato humano não é o único que torna essa ação prejudicial. Precisamos lembrar que as mãos humanas carregam uma série de bactérias que podem ser transmitidas para a vida selvagem.
Embora essas bactérias não sejam nocivas para a nossa existência, algumas delas podem fazer com que esses animais fiquem doentes ou até mesmo morram. Produtos que usamos na pele, como loções, perfumes, protetores solares e repelentes de inseto também são capazes de gerar algum tipo de reação maléfica nessas espécies.
Por fim, ser tocado por humanos costuma causar muito estresse em animais silvestres — ao ponto de prejudicá-los fisicamente. A quantidade de estresse e agressão física dessas interações podem levar a morte de um indivíduo. Em 2016, por exemplo, um grupo de banhistas em Buenos Aires manusearam um bebê golfinho múltiplas vezes para tirar fotos.
O estresse desse caso e os danos físicos causados pelo calor do sol foram fatais para o filhote e extremamente prejudiciais para sua mamãe, que ficou traumatizada psicologicamente.