Estilo de vida
24/08/2023 às 03:00•2 min de leitura
As mudanças climáticas possuem efeito não apenas no mundo, mas também em nossos sistemas imunológicos, é o que afirma um novo estudo feito pela Universidade de Bergen, na Noruega. A pesquisa coloca em foco os impactos de interações entre fatores ambientais, comunidades microbianas e o potencial de impacto na saúde humana.
Segundo a análise publicada na revista Environmental Science & Technology, é bem provável que as mudanças no planeta moldem o futuro dos nossos espaços de vida e da saúde das próximas gerações. O estudo entrevistou 1.038 residências em cinco cidades nórdicas diferentes, obtendo dados relevantes sobre o futuro da humanidade.
(Fonte: GettyImages)
Os investigadores envolvidos na pesquisa observaram que a exposição microbiana diversificada tem sido inversamente associada ao risco de asma e desenvolvimento de atopia — uma resposta imunológica exagerada do organismo. Isso quer dizer que, embora a quantidade de microrganismos no ar livre seja alta, maiores índices de precipitação e velocidade reduzida do vento impendem a entrada deles em ambientes fechados.
Contudo, considerando o impacto iminente das mudanças climáticas, os pesquisadores observaram que o aquecimento global intensificará ainda mais os padrões de precipitação. Com chuvas mais recorrentes, a deposição úmida de partículas externas aumentaria, fazendo com que bactérias externas tivessem ainda mais dificuldade de entrar em ambientes fechados.
Menos bactérias externas, por sua vez, podem implicar no aumento de microbiomas internos. Essa mudança pode ter consequências não intencionais para a saúde imunológica dos seres humanos, que cada vez menos estariam aptos a enfrentar o ar livre e teriam sistemas imunológicos menos tolerantes.
(Fonte: GettyImages)
Um ponto importante a respeito do estudo norueguês é que ele observa como os seres humanos são dependentes da interação intrínseca entre fatores ambientas, comunidades microbianas e seu potencial impacto na saúde humana. Quando falamos em sistema imunológico, é importante que o corpo tenha um mínimo de contato com certos tipos de microrganismos para desenvolver um grau de resistência.
Pesquisadores ressaltam que as descobertas recentes servem como um grave alerta para uma investigação contínua sobre o delicado equilíbrio que o nosso mundo opera. Caso os processos de mudança climática continuem no passo que estão atualmente, nossos ambientes internos e o nosso bem-estar geral estariam correndo sério risco.
Essas são informações extremamente relevantes para entendermos como os espaços de vida que utilizamos atualmente podem ser moldados por esse tipo de mudança. Na visão dos pesquisadores, tal tipo de descoberta também é bastante útil para entendermos os desafios que as próximas gerações de humanos serão forçadas a superar para garantir uma vida saudável.
O estudo ressalta que medidas drásticas, como o uso excessivo de desinfetantes desde a pandemia de covid-19, estão diretamente associadas a diminuição da exposição microbiana em domicílios — o que também significa um prejuízo para a saúde. Por outro lado, donos de animais de estimação costumam viver em ambientes mais "amigáveis" aos microrganismos.