Artes/cultura
07/09/2023 às 11:00•2 min de leitura
Estima-se que cerca de 18 mil novas espécies são descobertas todos os anos. Inclusive, os investigadores observaram que a diversidade dos animais aumenta à medida que diminuem de tamanho, incentivando-os a continuar procurando ainda mais por novas espécies não catalogadas.
Em meio a tantas descobertas fascinantes, já parou para refletir se novas espécies podem ter qualquer nome? Bem, a resposta é não. Existe uma longa lista de regras quando se trata de nomear coisas novas.
(Fonte: GettyImages/Reprodução)
Para começar, a nomeação das espécies varia de acordo com cada reino. Tradicionalmente, cada nome é descrito em latim ou grego, porém, em tempos mais recentes, são mais prováveis de serem baseados na área ou região onde a espécie foi encontrada.
No caso de animais, o responsável pela descoberta precisa seguir as regras do Código Internacional de Nomenclatura Zoológica (ICN), que também resolve quaisquer questões baseadas em nomenclatura e divulga informações sobre o uso correto dos nomes científicos dos animais.
Entre as regras, fica claro que o animal deve ter um nome científico composto por dois nomes, enquanto subespécies devem ter um nome composto por três. Um bom exemplo é a Giraffa girafa angolensis, uma subespécie da girafa encontrada na Nâmbia e em toda a Zâmbia, Botsuana e Zimbábue.
(Fonte: GettyImages/Reprodução)
O código ainda alerta que o autor deve ter certeza de que esse nome não ofenderá nada, nem ninguém por qualquer motivo. Por essa razão que Judith Winston, curadora emérita do Museu de História Natural da Virgínia e parte do conselho da ICZN, sugere que simplicidade pode ser o melhor caminho a seguir na hora de nomear novas espécies.
“O que realmente ajuda é quando uma criança de 5 anos consegue pronunciar. Nomes são poder”, disse ela à Slate em 2016.
(Fonte: GettyImages/Reprodução)
Para esses dois reinos, é usado outro sistema de nomenclatura, o "Código Internacional de Nomenclatura para algas, fungos e plantas", que é semelhante ao ICNZ. Esse, no entanto, é regulamentado pela International Association for Plant Taxonomy (IAPT), e atualizado a cada 6 anos.
"O epíteto específico pode ser derivado de qualquer fonte e é um adjetivo concordando em gênero com o nome genérico, um substantivo genitivo, um substantivo nominativo ou uma palavra tratada como tal, ou duas ou mais palavras unidas, ou hifenizadas", diz o IAPT sobre como os autores devem considerar antes de nomear sua descoberta.
(Fonte: GettyImages/Reprodução)
Qualquer um pode descobrir, nomear e registrar uma nova espécie, desde que ninguém tenha o feito e que siga todos os protocolos da organização de nomenclatura referente a sua espécie.
Normalmente, o autor recebe os primeiros direitos assim que escolhe o nome. Às vezes, as organizações leiloam os naming rights para arrecadar dinheiro para diferentes causas, como conservação ou para financiar novas pesquisas.