5 incríveis tesouros anglo-saxões encontrados por arqueólogos

27/09/2023 às 06:303 min de leitura

A Grã-Bretanha é um rico repositório de sítios arqueológicos. Em um território relativamente pequeno, a região já foi a habitação de diversos povos, mais notoriamente os romanos e os diferentes grupos étnicos posteriormente chamados de Anglo-Saxões.

A chegada deste último grupo na Grã-Bretanha ocorreu no fim do século V, após o Império Romano ter perdido a influência no território. Os diferentes grupos de origem germânica e céltica dominaram a região até o século XXI, quando houve a conquista normanda. Neste período, desenvolveram muito do que seria a língua e a cultura inglesa da Idade Média, influenciando, por exemplo, a divisão geopolítica em condados.

Com essa história riquíssima, não é raro que os atuais habitantes do Reino Unido se deparem com sítios arqueológicos e com artefatos antigos. Conheça alguns dos principais tesouros anglo-saxões já descobertos.

1. Sutton Hoo Helmet

Sutton Hoo Helmet em esposição. (Fonte: GettyImages/Reprodução)Sutton Hoo Helmet em esposição. (Fonte: GettyImages/Reprodução)

O Sutton Hoo Helmet é um dos tesouros arqueológicos mais famosos da Inglaterra e uma descoberta importante para aumentar a compreensão da história anglo-saxã. A peça é um elmo (capacete militar) que pode ter sido usado em batalhas ou para fins cerimoniais. Ele é ricamente ornamentado, com detalhes intrincados, como figuras de animais, dragões e padrões geométricos em ouro e prata.

O elmo foi descoberto em 1939, em Suffolk, no leste da Inglaterra, quando uma escavação num dos sítios arqueológicos mais importantes da Inglaterra se deparou com um barco enterrado repleto de peças valiosas. A peça é datada do século VII e sua descoberta foi importante na compreensão das tradições funerárias e da elite anglo-saxã, já que foi encontrado em um túmulo de algum nobre, provavelmente do rei Raedwald.

2. Tesouro de Staffordshire

Algumas das peças encontradas em Staffordshire. (Fonte: GettyImages/Reprodução)Algumas das peças encontradas em Staffordshire. (Fonte: GettyImages/Reprodução)

Você já deve ter visto programas em que pessoas compram detectores de metais e vão à praia procurar tesouros. Pois bem, se há um lugar com maior probabilidade de achá-los é na Inglaterra. Foi o que aconteceu com Terry Hebert em 2009. Em um passeio no Condado de Stafforrdshire, ele achou mais de 200 peças de ouro em poucos dias. Arqueólogos foram chamados e o local virou um importante sítio arqueológico, onde foram encontrados 4600 artefatos. O melhor: itens valiosíssimos de arte e decoração anglo-saxã.

As peças, em ouro, prata e variados tipos de cerâmicas, são datadas do século XI e XII, e mostram os detalhes e o avanço da arte, do artesanato e das joias anglo-saxãs. O tesouro foi adquirido pelas instituições Birmingham Museum and Art Gallery e Potteries Museum & Art Gallery por um total superior a 3,2 milhões de libras.

3. Os Evangelhos de Lindisfarne

Detalhe dos evangelhos de Lindisfarne. (Fonte: GettyImages/Reprodução)Detalhe dos evangelhos de Lindisfarne. (Fonte: GettyImages/Reprodução)

A tradução dos evangelhos do latim para o inglês antigo se destaca pela beleza e pelo fato de existirem poucos livros do período anglo-saxão. O livro foi produzido no monastério de Lindisfarne, situado na Nortúmbria um condado no norte da Inglaterra que faz divisa com a Escócia. Ele é ricamente ilustrado com influências da arte hiberno-saxã, anglo-saxã e celta. Estima-se que o livro tenha sido escrito no século XII pelo monge Eadfrith, que se tornou bispo de Lindisfarne

4. Urna de Franks

Detalhe do Urna de Franks. (Fonte: GettyImages/Reprodução)Detalhe do Urna de Franks. (Fonte: GettyImages/Reprodução)

Também conhecida como Cápsula de Auzon, a Urna de Franks é um intrincado artefato anglo-saxão do início do século VIII. Sua sobrevivência chama a atenção, já que data do século VIII e é construída, majoritariamente, em marfim e osso de baleia.

A peça é um importante achado para a compreensão do período, pois apresenta painéis decorados com cenas da mitologia germânica, cristã, lendas romanas, além de contar com inscrições rúnicas. Assim, proporciona percepções sobre a cultura do início da Idade Média e a fusão de crenças pagãs e cristãs na Inglaterra.

5. Joia de Alfredo, o Grande

Detalhes da Alfred Jewel. (Fonte: WikimediaCommons/Reprodução)Detalhes da Alfred Jewel. (Fonte: WikimediaCommons/Reprodução)

Chamada de "Joia de Alfredo", a peça é uma relíquia anglo-saxã do século IX, feita em ouro e com um cristal a mando de Alfredo, o Grande, que reinou entre 886 e 899. A joia dourada adornada possivelmente retrata o rei é era usada como parte do conjunto com uma haste de madeira utilizada para apontar livros durante a leitura.

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