Esportes
18/10/2023 às 12:00•2 min de leitura
O transplante de órgãos tem sido uma questão crítica em todo o mundo, com uma demanda muito maior do que a oferta, levando a longas listas de espera e, em muitos casos, à perda de vidas humanas. No entanto, um novo estudo publicado recentemente na revista Nature traz uma nova esperança: o transplante de rins de porcos em macacos.
Utilizando técnicas de edição genética, essa modalidade demonstrou ser uma solução viável para a escassez de órgãos e pode ser um passo crucial para futuros transplantes em seres humanos.
Os pesquisadores utilizaram a tecnologia de edição genética CRISPR para modificar geneticamente os rins de porcos da raça miniatura de Yucatán. Essa técnica permitiu a realização de ajustes nos genes dos porcos doadores, tornando os órgãos mais compatíveis com os sistemas imunológicos dos macacos receptores.
A pesquisa usou órgãos de porcos miniatura
O estudo envolveu o transplante de rins de porcos em 21 macacos. Alguns desses animais receberam rins com apenas três edições genéticas, projetadas para evitar a rejeição do órgão. Infelizmente, a maioria dos macacos não sobreviveu por muito tempo, com uma média de 24 dias.
Macaco da espécie Macaca fascicularis
No entanto, outros animais receberam rins com sete edições adicionais, destinadas a fazer com que as células suínas se comportassem mais como células humanas. Esses receptores tiveram uma taxa de sobrevivência significativamente maior, com um deles (da espécie Macaca fascicularis) vivendo incríveis 758 dias.
Os resultados desses experimentos com macacos são promissores, aproximando os pesquisadores de testar o transplante de rins de porcos em pacientes humanos. O estudo é considerado uma "prova de princípio" em primatas não humanos, demonstrando a segurança e a viabilidade dos órgãos geneticamente modificados.
O estudo deu um passo importante na área de transplantes
Apesar dessas descobertas inovadoras, há ainda desafios significativos a serem superados antes que essa estratégia possa ser utilizada em ensaios clínicos em seres humanos. As diferenças fisiológicas entre macacos e humanos, como peso e pressão arterial, representam desafios a serem abordados durante o desenvolvimento dessa técnica.
O estudo é um passo significativo em direção à solução da crise mundial. A edição genética dos órgãos doadores provou ser uma estratégia eficaz para aumentar a sobrevivência dos animais receptores, oferecendo esperanças de futuros transplantes bem-sucedidos em seres humanos.
No entanto, é importante reconhecer que ainda há desafios a serem superados antes que essas técnicas possam ser aplicadas na prática clínica. Enquanto isso, a comunidade científica e médica aguarda ansiosamente os avanços futuros nesse campo, na esperança de que eles possam oferecer uma solução para a escassez de órgãos que afeta milhares de vidas em todo o mundo.