Estilo de vida
31/03/2024 às 16:00•3 min de leituraAtualizado em 31/03/2024 às 16:00
O que não falta no mundo são lugares para serem conhecidos, explorados e desvendados, certo? A lógica faz sentido, menos para os locais destacados abaixo, já que, por diferentes razões, eles não existem mais.
Em comum, é possível afirmar que a ação humana contribuiu para que estes pontos não estivessem mais acessíveis. Seja de maneira direta ou pelas consequências das mudanças climáticas que o planeta enfrenta desde que o ser humano tomou as rédeas do mundo, você só encontrará estas localizações nos livros de história — ou em nosso texto. Confira.
Inauguramos essa lista com um lugar lindo, localizado na divisa entre o Brasil e o Paraguai. Conhecida do lado brasileiro como Salto de Sete Quedas, tratava-se das maiores cachoeiras do mundo em volume de água. De acordo com estimativas da época, eram cerca de 13,3 mil metros cúbicos de água por segundo — o dobro do registrado nas Cataratas do Niágara, a título de curiosidade.
Durante a Ditadura Militar do Brasil, nosso governo e o paraguaio se uniram para a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Para que isso fosse possível, foi determinado, em 1966, a submersão do Salto de Sete Quedas, concluída no ano de 1982, dando origem ao Lago de Itaipu.
Um lugar não ganha a alcunha de "atlântida alemã" à toa. Por séculos, a história de uma cidade na costa norte da Alemanha que sumira do mapa ao ser tragada pelas águas foi nada além de um mito. Porém, a descoberta de vestígios de construções semelhantes a um porto comercial, em 2023, mostraram que Rungholt realmente existiu.
Pesquisadores apontam que uma forte tempestade atingiu a região no ano de 1362, fazendo com que a cidade ficasse submersa. O local, em virtude do caráter portuário, era de fartura e riqueza, o que alimentou as teorias de que um castigo divino teria selado o fim de Rungholt.
Doggerland é o nome de um jogo de videogame, mas antes disso foi uma região localizada na costa leste da Grã-Bretanha que foi engolida por um tsunami. Se hoje as pessoas olham e não creem na possibilidade de que naquele pedaço de oceano havia terra firme, há cerca de 12 mil anos era diferente.
Uma área aproximada de 46 mil quilômetros quadrados, batizada de Doggerland, era habitada por caçadores-coletores, que ali colhiam avelãs, frutas vermelhas e outros alimentos. Além do tsunami, ocorrido há 8 mil anos, Doggerland foi afetada pelo derretimento de grandes geleiras, que já haviam feito as porções de terra ficarem submersas. Os primeiros vestígios de que naquela região do Mar do Norte realmente houve terra e vida apareceram em 1931.
Há milhares de anos, uma porção de terra ligava a América do Norte à Ásia, em uma região localizada entre o rio Lena, na Rússia, e o rio Mackenzie, no Canadá.
A Ponte Terrestre de Bering, como foi nomeada pelos cientistas, teria sido o ponto de chegada dos seres humanos nas Américas, quando o nível do mar baixou e permitiu a travessia terrestre. Pesquisas recentes demonstraram que essa possibilidade ocorreu há 35.700 anos, durante a Era do Gelo, e durou menos tempo do que se imaginava.
Pode ser surpreendente, mas o deserto do Saara, famoso por suas longas, quentes e secas areias, já foi bastante diferente. Entre 130.000 e 100.000 anos atrás, essa árida porção do continente africano abrigava o rio Irharhar, responsável por criar uma região apontada como detentora de flora e fauna exuberantes.
Pesquisas recentes sugerem que o rio tenha tido importante papel na migração humana, servindo de corredor para que antepassados deixassem o continente. Isso, é claro, antes de ser soterrado e virar o famoso monte de areia.