Artes/cultura
10/11/2023 às 12:00•3 min de leitura
Não raramente nos deparamos com tutores passeando com seus cachorros e, em vários casos, nos pegamos pensando em como certas raças de cães se parecem bastante com lobos. Tais pensamentos são naturais e fazem bastante sentido, já que há milhares de anos o ser humano domesticou algumas espécies de lobos, dando origem aos cães de hoje em dia.
Para além de lobos e cachorros, existe outra espécie que também se assemelha bastante aos fiéis doguinhos: o dingo. Mas e aí, com tantas variações de canídeos, como podemos diferenciá-los? A seguir, vamos falar um pouco sobre esses três tipos de caninos, detalhando algumas de suas principais características.
Entre 40 mil e 15 mil anos atrás, algumas espécies de lobos começaram a se aproximar dos seres humanos, que lhes ofereciam restos de comida. Com o tempo, a relação entre os humanos e os animais foi se tornando cada vez mais estreita, com os lobos sendo finalmente domesticados e dando origem aos cães domésticos de hoje em dia.
Husky Siberiano é uma das raças de cães que mais se assemelham aos lobos (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Algumas raças de cães são bem fáceis de identificar, como pugs e chihuahuas, então em muitos casos basta uma simples olhada para o animal para saber que se trata de um cachorro. Porém, algumas raças maiores carregam traços bastante parecidos com os de seus ancestrais. Aqui no Brasil, por exemplo, podemos citar pastores-alemães e huskies-siberianos como raças que apresentam traços mais similares aos dos lobos.
Mas mesmo com algumas semelhanças, cães domesticados são em geral bem menores que lobos, com corpo mais largo, além de terem focinho e caudas mais curtos. Uma das explicações para tal é a de que cachorros domesticados tendem a manter características mais joviais mesmo quando alcançam a idade adulta como consequência da convivência com os seres humanos.
Encontrados geralmente na América do Norte, Ásia, África e Europa, lobos são os ancestrais dos nossos queridos doguinhos domésticos. Em geral, apresentam porte maior do que o de cães domesticados, além de terem corpos mais esguios e pesarem bem mais do que cachorros comuns.
Lobos são maiores e mais pesados que cães, além de geralmente terem olhos amarelados (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Estes animais costumam viver em grupos, sendo então bastante sociáveis. Seus famosos uivos servem tanto como um chamado para a caçada quanto como um alerta para outras alcateias manterem distância. Também é comum uivarem para identificar e encontrar membros do bando que estejam mais distantes. Ainda que haja alguns relatos de ataques, geralmente lobos evitam contato com humanos.
Sua dieta geralmente consiste em animais grandes, como cervos e alces, mas também é comum que se alimentem de mamíferos menores, como castores e coelhos.
Encontrados principalmente na Austrália e em alguns territórios do sul da Ásia, o Dingo é uma espécie de cão selvagem conhecido por ser um exímio predador. No continente australiano, por exemplo, ele é tido como o maior predador terrestre existente atualmente.
Por mais que aparente ser um dos nossos simpaticos caramelos, os Dingos na verdade são exímios predadores selvagens (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Seu visual pode lembrar bastante o do nosso icônico cachorro caramelo, mas não se engane. Atacando em bandos, os Dingos são uma verdadeira ameaça a animais grandes como gado e até cangurus. Coelhos, ratos e gambás também fazem parte de sua dieta.
Ainda assim, independente de suas capacidades de caça, os Dingos são considerados uma espécie vulnerável pela União Internacional para Conservação da Natureza. Isto porque os animais são frequentemente cruzados com cães, fazendo com que os filhotes muitas vezes nasçam sem as características únicas que permitem aos Dingos dominar o território australiano.
Pode até soar surpreendente mas é bastante comum pessoas resgatarem filhotes de dingos e lobos acreditando serem cachorrinhos indefesos. Retirar estes animais de seus habitats naturais pode apresentar risco não apenas para quem efetua o resgate, mas também para o bichinho "resgatado" — como por exemplo no caso dos Dingos, que correm risco de extinção.
Então, na dúvida, antes de sair tirando animais "perdidos" de florestas e áreas remotas e selvagens, talvez seja uma boa ideia manter a distância e consultar órgãos especializados.