Técnica inovadora apresenta 99% de eficácia contra células cancerígenas

11/01/2024 às 04:302 min de leitura

Uma nova técnica que está sendo desenvolvida promete destruir as células cancerígenas de uma maneira revolucionária. O trabalho de pesquisa desse possível tratamento está sendo conduzido por pesquisadores da Rice University, em conjunto com equipes da Texas A&M University e University of Texas.

A técnica se assemelha a uma espécie de "britadeira molecular", mas com a grande vantagem de ser ainda mais rápida que outros métodos já desenvolvidos em pelo menos um milhão de vezes.

Uma "britadeira molecular" capaz de destruir células cancerígenas

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Para isso, moléculas de aminocianina são estimuladas pela luz infravermelha e geram o efeito vibratório capaz de destruir as células cancerígenas, com uma ação que ocorre de forma síncrona. Outra diferença em relação a outras máquinas moleculares já existentes diz respeito ao próprio uso da luz, visto que estas funcionam a partir da luz visível, e não do infravermelho.

Durante o movimento, os átomos das moléculas dão forma a plasmons, que atuam coletivamente. Estes, por sua vez, são a chave dessa vibração, já que atuam rasgando as células cancerígenas após separá-las das demais, segundo o estudo publicado na revista Nature Chemistry em dezembro de 2023.

Neste tratamento, as células de câncer morreriam rapidamente de necrose, portanto. Além disso, a morte não é induzida por uma ação térmica. Esse efeito foi observado em doses muito baixas de aminociasinas e de luz, em células in vitro.

Ciceron Ayala-Orozco, principal autor do estudo, explica como isso é possível: "devido à sua estrutura e propriedades químicas, os núcleos dessas moléculas podem oscilar em sincronia quando expostas ao estímulo certo." O método não foi classificado nem como terapia fotodinâmica, nem fototérmica, já que faz uso de força mecânica em escala molecular.

Eficácia e vantagens

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Dois grandes resultados foram divulgados: a eficiência da "britadeira molecular" foi comprovada com a morte de 99% das células de melanoma cultivadas em laboratório. Em camundongos, houve redução de 50% do melanoma.

O método é considerado promissor, visto que pesquisadores veem como bastante remota a probabilidade das moléculas desenvolverem algum bloqueio a esse tipo de mecanismo e tornarem o tratamento nulo.

Geralmente, a aminocianina é usada como corante sintético fluorescente em exames de diagnóstico por imagem, identificando tumores, mas essa nova aplicação pode representar um avanço para a medicina, já que o composto tem a capacidade de aderir à parte externa das células.

Além disso, essa tecnologia possui um alcance muito maior, capaz de penetrar até dez centímetros no corpo humano. Em comparação à luz visível, essa diferença se mostra importante, já que esta é capaz de avançar por apenas meio centímetro.

A grande vantagem é que se torna possível oferecer um tratamento mais rápido, sem recorrer a procedimentos invasivos para remover tumores de ossos e órgãos afetados, reduzindo também o desconforto do paciente durante o tratamento.

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