Ciência
24/01/2014 às 13:52•2 min de leitura
As casas e as cidades sustentáveis, como muitos dizem, são o futuro de um mundo ecologicamente correto. Existem muitas alternativas para encontrarmos meios de viver mais amigávelmente com o meio ambiente – atos simples, como separar o lixo, já fazem bastante diferença. Contudo, se você realmente quer aderir ao projeto de um mundo mais verde, talvez você se interesse pela proposta de Peter Trimble.
Por mais esquisito e, digamos, nojento, que isso possa parecer, Peter Trimble coletou doses diárias de seu próprio xixi para misturar com determinadas quantidades de areia e outras bactérias, desenvolvendo tijolos. O material dos tijolos certamente é estranho, porém Peter garante que eles são muito resistentes e firmes. O processo de criação do material é totalmente possível e é uma demonstração do que as bactérias são capazes de fazer com seu metabolismo.
No site de Peter Trimble, você pode assistir a um vídeo em que ele coleta quantidades de areia na praia e as deposita na pequena “máquina de fazer tijolos”, junto com outras substâncias e o xixi. Será que essa combinação pode ser uma solução verde para evitarmos o uso de concreto?
Os chamados biotijolos não são uma exata novidade, já que em 2010 o professor Ginger Krieg Dosier começou a fazer experimentos para aproveitar as vantagens das bactérias. Os micróbios escolhidos por ele conseguiram metabolizar uma mistura de areia, ureia e cloreto de cálcio. O resultado? Um tipo de cola que liga fortemente as moléculas de areia em conjunto. Desde então, o professor criou uma empresa chamada BioMason para produzir tijolos sustentáveis. O slogan da empresa é “nós desenvolvemos nossos materiais ao contratar microorganismos”.
Já no caso de Peter Trimble, o ingrediente utilizado é dele próprio, seu xixi diário capaz de unir todas as substâncias e as doses de areia, formando os tijolos. Ao contrário da produção dos tijolos normais que vemos por aí, esse estilo de produção mais “caseiro” é bastante sustentável, já que gases poluentes não são emitidos – e há muito menos desperdício de material.
Para se ter ideia, estima-se que 96% dos materiais utilizados na produção de tijolos são desperdiçados; somente 4% do total é transformado em tijolo. Contudo, também existe uma desvantagem no caso dos biotijolos: o mesmo metabolismo pode transformar ureia em amônia, que pode contaminar águas subterrâneas (se existirem na região).
Porém, com um bom planejamento existem meios que podem prevenir possíveis contaminações. De qualquer modo, é interessante constatar que já existe um método capaz de fabricar tijolos de um meio verdadeiramente natural.