Estilo de vida
10/03/2024 às 12:00•2 min de leituraAtualizado em 10/03/2024 às 12:00
O processo de desenvolvimento dos animais abriga uma série de dinâmicas, muitas vezes fascinantes. No entanto, algumas das etapas envolvidas nisso eventualmente deixam os animais bastante vulneráveis ao ataque de seus predadores e à mercê da própria sorte.
Para os sapos, é justamente esse cenário que caracteriza sua fase mais jovem, ou melhor, sua "adolescência". Enquanto é um girino, seu corpo entra em uma importante etapa de transformação, iniciada a partir das seis semanas de vida.
Esse processo varia conforme a espécie e mesmo o ambiente em que o animal está inserido, podendo perdurar entre dois e quatro anos. E uma vez que o girino vai amadurecendo, a glândula tireoide entra em ação ao produzir um hormônio que ativa o crescimento.
Se o ambiente se mostra desfavorável ou perigoso, o organismo do anfíbio se prepara e inicia esse processo mais precocemente para que se adapte melhor. Vale lembrar, ainda há fatores que podem desacelerar as mudanças. O frio, por exemplo, pode contribuir com a redução da taxa de crescimento do girino.
Conforme ele se transforma em um sapo adulto, menor é o tempo gasto em água, já que sua capacidade de nadar diminui devido à própria mudança do corpo. Afinal, iniciada essa fase, o animal se assemelha mais a um sapo do que a um peixe.
Uma das primeiras mudanças percebidas diz respeito ao surgimento das patas. No início, elas se apresentam em um tamanho que não deixa o animal nadar com tanta facilidade como antes.
Gradativamente, o animal nota que suas patas traseiras são mais aerodinâmicas do que as posicionadas à frente. A cauda, que outrora ajudava os girinos a se moverem mais facilmente nas águas, também desaparece, evidenciando que os anfíbios passam por um processo de metamorfose particular.
O processo que culmina na perda da cauda provoca a morte das células dessa região específica. Mas não, essa área não cai ou é eliminada. Gradualmente, a cauda é reabsorvida pelo corpo do animal. E curiosamente, isso nutre o anfíbio, fazendo com que ele tenha uma menor necessidade de se alimentar.
Se as patas traseiras se formam mais rapidamente, com as dianteiras é diferente. Elas só ficam totalmente prontas depois que o anfíbio está preparado para iniciar sua jornada fora da água. E vale destacar, elas desempenham um papel especial na aterrissagem. Ou seja, de inúteis, elas não têm nada! Em suma, o animal deixa de ser um girino e se torna um sapo somente depois que suas quatro patas se desenvolvem.
Depois de adultos, os sapos respiram pelos pulmões, mas a respiração cutânea complementa a pulmonar. A dieta deles também muda: enquanto girinos, alimentam-se de algas e matéria morta na água. Já os maduros, tornam-se carnívoros, alimentando-se de insetos e vermes.
Por conta disso, ainda ocorrem mudanças internamente, com o desenvolvimento do trato digestivo. E a pele, dotada de características únicas, permite que a respiração ocorra através dela, como já mencionado. Essa camada que surge nos sapos se forma a partir das quatro semanas de vida. As guelras, então, param de funcionar, deixando que os pulmões assumam a função de promover a respiração.
A maioria dos sapos, diferente de pererecas e rãs, permanece em terra na maior parcela do tempo, de modo que a água seja abrigo ocasionalmente, como quando o anfíbio procura se reproduzir ou depositar ovos. Há espécies, no entanto, que permanecem aquáticas mesmo após adultas.