Saúde/bem-estar
14/09/2024 às 12:00•2 min de leituraAtualizado em 14/09/2024 às 12:00
Você já se perguntou se um inseto é capaz de nadar? Essa é uma pergunta que muitos de nós já fizemos ao ver uma mosca cair na piscina ou um formigueiro ser atingido por uma chuva forte. A questão, no entanto, é que os insetos respiram de maneira muito diferente dos humanos, e isso afeta a maneira como eles lidam com a água. Recentemente, um novo estudo tentou explicar como esses seres lidam com o ar ou a falta dele.
Diferente de nós, que respiramos através dos pulmões, os insetos utilizam um sistema respiratório muito peculiar chamado de sistema traqueal. Esse sistema é formado por pequenos tubos que levam o oxigênio diretamente para os tecidos do corpo. Mas, com um sistema tão diferente, como será que eles reagem quando entram em contato com a água?
Ao contrário dos mamíferos, que precisam de um fluxo contínuo de ar para sobreviver, os insetos possuem uma rede de traqueias que distribui oxigênio diretamente para as células. Isso significa que o oxigênio não precisa passar pelo sangue, como ocorre em animais maiores. Essa capacidade respiratória permite que eles sobrevivam em ambientes terrestres com uma economia de energia.
Um estudo publicado em abril de 2024, inspirado por um descuido experimental que quase afogou uma população de abelhas rainhas, descobriu que 81% da amostra de abelhas conseguiu sobreviver ilesa após ser totalmente submersa por água por sete dias inteiros.
Embora o estudo tenha sido criticado por sua metodologia controversa, ele demonstra como os insetos podem se adaptar para viver tão bem. Entretanto, para a maioria dos insetos terrestres, o risco de afogamento é real. Se os espiráculos do sistema traqueal permanecerem submersos por muito tempo, o oxigênio armazenado no corpo se esgota, o que leva ao colapso de suas funções vitais. O estado de "dormência" ou desaceleração do metabolismo pode ajudar a prolongar a sobrevivência, mas apenas até certo ponto.
Os espiráculos levam o oxigênio diretamente para uma rede de traqueias que percorrem todo o corpo do inseto, promovendo a troca gasosa de forma eficiente. Esse sistema não depende da circulação sanguínea para o transporte de oxigênio, o que torna os insetos muito mais eficientes no uso desse elemento. De fato, insetos mais ativos, como os voadores, precisam de mais oxigênio e liberam dióxido de carbono, assim como ocorre em mamíferos.
Outra curiosidade fascinante dos insetos é a troca gasosa descontínua, um ciclo de abertura e fechamento dos espiráculos que permite o uso prolongado do oxigênio presente nas traqueias. Isso significa que muitos insetos podem sobreviver por longos períodos sem precisar captar oxigênio fresco, o que os ajuda a viver em ambientes de baixo teor de oxigênio ou até sobreviver à submersão temporária.
No entanto, esse sistema respiratório também limita o tamanho dos insetos, já que quanto maiores eles são, mais oxigênio precisam, exigindo um ambiente rico em oxigênio para sustentar suas funções. Então, isso quer dizer que a maioria dos insetos sobreviveria a alguns momentos dentro d'água? Provavelmente sim. Mas se você quer os ver sobreviver, é melhor colocá-los gentilmente em um ambiente seco.