Pacu: a "piranha vegetariana" com dentes humanos

07/08/2024 às 20:002 min de leituraAtualizado em 07/08/2024 às 20:00

Peixe facilmente identificável por qualquer pescador brasileiro, o pacu se torna objeto de acaloradas discussões quando analisado por ictiólogos. É que, embora as pessoas geralmente apontem os Piaractus brachypomus como pacus, o termo engloba muitas espécies de peixes de água doce nativos da América do Sul

Apesar de todos terem dentes muito parecidos com molares humanos, eles se referem a diferentes gêneros como Colossoma (tambaqui, pacu-caranha, pacu preto), Metynnis, Mylesinus, Mylossoma, Ossubtus (pacu papagaio e pacu-de-bico-de-águia), Tometes e Utiaritichthys, além do Piaractus (pacu-de-barriga vermelha e pirapetinga). 

Ou seja, embora sejam todos da família Serrasalmidae, a mesma das piranhas, há muitas dúvidas sobre quais deles são pacus ou como eles se relacionam entre si. Em alguns casos, chega a ser necessário o uso do DNA para pesquisar essas relações. 

Quais são as principais características do pacu?

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Alguns pacus podem chegar a 30 kg. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

A característica mais marcante dos pacus são seus "dentes humanos" de forma quadrada e plana, o oposto das suas primas piranhas que têm dentes afiados e pontiagudos. Embora incomum entre peixes, essa arcada dentária é especialmente adaptada para os hábitos alimentares do peixe, que come principalmente material vegetal. 

Outra característica incomum do pacu em relação aos seus colegas de água doce é o seu tamanho avantajado. O tambaqui, por exemplo, pode crescer a 1 metro de comprimento em seu habitat natural, e pesar mais de 30 kg. Pela sua textura e sabor, a carne do tambaqui amazônico é considerada uma iguaria da culinária brasileira. 

Os corpos dos pacus são robustos, arredondados e exibem diversas nadadeiras, com diferentes funções. A barbatana dorsal, mantém a estabilidade vertical do peixe, enquanto a caudal fornece propulsão necessária para perseguir comida e fugir de predadores. As nadadeiras anal e pélvica, na parte inferior, ajudam na estabilidade, e as peitorais laterais funcionam como lemes. 

Ameaças dos pacus

x. (Fonte: Wisky/Wikimedia Commons/Reprodução)
O pirapetinga é o pacu mais popular entre os pescadores. (Fonte: Wisky/Wikimedia Commons/Reprodução)

Apesar de endêmico em ambientes tropicais e subtropicais, como o Brasil e outros países da América do Sul, o pacu acabou introduzido no resto do mundo pela aquicultura e pelo comércio de animais de estimação. Hoje, existem pacus nadando livremente em rios da Europa, dos EUA e do Canadá.

Isso é preocupante, pois como esses peixes não param de crescer ao longo de suas vidas, eles podem representar uma ameaça para ecossistemas onde não são nativos. Por isso, os cuidadores de pacus não podem soltá-los na natureza, sujeitando-se a multas, processos por crimes ambientais e responsabilização civil por introdução de espécies invasoras. 

Nos seus habitats, no entanto, os pacus são considerados uma importante fonte de alimentação para muitas comunidades, sendo até mesmo, liberados em corpos d'água para restaurar as populações locais de peixes. O pacu não é ameaçador para humanos, mas há relatos de mordiscadas ocasionais em nadadores, por curiosidade, ou por confundirem apêndices do corpo com comida.

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