Estilo de vida
01/06/2024 às 12:00•2 min de leituraAtualizado em 01/06/2024 às 12:00
Se você costuma beber cerveja, você provavelmente já passou pela experiência de provar um gole que não estava tão gelado quanto deveria e causou nojo. Pior ainda é quando você pega aquela cerveja "trincando", se distrai e, quando vai tomá-la, percebe que ela já esquentou.
A opinião de que a cerveja deve ser servida gelada é bastante comum — especialmente entre os brasileiros. Mas por que a temperatura faz tanta diferença na sensação que temos ao tomar uma bebida? Parece que a ciência pode explicar isso!
Um grupo de pesquisadores da China observou como as moléculas de álcool se comportam em diversas temperaturas, do frio ao quente. Os primeiros testes foram feitos com baijiu, um tipo de licor de grãos tradicional chinês que, assim como a cerveja, também é fermentado — embora seja servido em temperatura ambiente.
As descobertas dos cientistas chineses sobre o baijiu podem trazer insights sobre a diferença na cerveja em diferentes temperaturas. Isso porque, conforme o líquido fica mais gelado, suas moléculas de álcool se juntam. Elas se organizam em formações que lembram correntes, que resultam em um sabor mais robusto e agradável para a maioria das pessoas.
Dito isso, é claro que a temperatura exata para uma cerveja ser considerada gelada ou quente é diferente para cada pessoa. E isso também depende da variedade que você está tomando.
No Brasil, as cervejas mais comuns são as pilsen (também chamadas de pilsner), que são mais leves e precisam mesmo ser servidas geladas. Especialmente no verão, é normal ver cervejas em geladeiras com temperatura negativa, por exemplo, e manter os copos no freezer para que o líquido demore mais a esquentar.
Contudo, outros tipos de cerveja mais encorpados, comuns nos Estados Unidos e Europa, não devem ser servidos gelados — mas sim frios. Você pode tomar uma pale ale a até 7 °C ou 10 °C, enquanto as autênticas cervejas belgas ou alemãs são saboreadas a até 15 °C, principalmente no rigoroso inverno desses países. É por isso que muitas pessoas comentam que alemães só tomam cerveja quente.
Nesse ponto, nós também devemos levar em conta que a percepção de temperatura também é pessoal e passa por construções sociais — já que o Brasil é um país majoritariamente quente e a Europa possui invernos rigorosos. Também vale observar que uma cerveja gelada demais, a ponto de congelar, pode perder seus sabores e aromas. Por isso, cervejas mais aromáticas e encorpadas não podem ser servidas com temperatura próxima de 0 °C, como as pilsens.
As pessoas que entendem de cerveja também vão dizer que o estilo do copo faz diferença no sabor da bebida: as pilsens e lagers são servidas em copos altos e finos, as alemãs geralmente em canecas mais baixas, e outras cervejas europeias em cálices ou tulipas.
Cada tipo de copo faz diferença para detalhes importantes: deixar mais ou menos líquido em contato com o ar, permitir que você beba goles maiores ou menores, servir toda a cerveja de uma só vez (o que é essencial para as weizenbier, feitas de trigo) e várias outras questões.
Mas tudo isso, é claro, só é importante se você realmente se importa com esses detalhes. Se você só quer se refrescar com uma pilsen bem gelada, pode colocar a garrafa no gelo e seus copos no congelador, para que ela fique na temperatura mais baixa possível.