Artes/cultura
06/05/2024 às 10:00•2 min de leituraAtualizado em 06/05/2024 às 10:00
Você já se perguntou por que algumas pessoas são canhotas enquanto a grande maioria é destra? A lateralidade, ou preferência manual, é um fenômeno intrigante que tem desafiado os cientistas por décadas. Apenas cerca de 10% da população mundial é canhota, o que levanta questões sobre as influências genéticas e ambientais por trás dessa característica.
O cérebro humano exibe uma notável assimetria funcional, onde o hemisfério esquerdo geralmente é dominante para funções relacionadas à linguagem, como a produção e compreensão da fala, além de controlar habilidades motoras finas, como escrever e manipular objetos com precisão.
Por outro lado, o hemisfério direito está mais envolvido em processos visuais e espaciais, como reconhecimento de padrões, percepção de profundidade e orientação no espaço. Essa divisão de funções entre os hemisférios cerebrais está intimamente relacionada à lateralidade manual, com a mão preferida sendo controlada pelo hemisfério oposto do cérebro.
Segundo os cientistas, a preferência manual é fortemente influenciada por fatores genéticos e pelo complexo desenvolvimento cerebral durante a gestação e a infância. Estudos recentes identificaram genes específicos correlacionados com a preferência manual, fornecendo informações valiosas sobre as bases genéticas dessa característica.
Por exemplo, o gene TUBB4B foi identificado em estudos genéticos como uma variante associada a uma maior probabilidade de ser canhoto. Essas descobertas indicam que a lateralidade é, pelo menos parcialmente, determinada por fatores hereditários.
Para além dos fatores genéticos, o ambiente e os aspectos sociais desempenham um papel significativo na preferência manual das pessoas. Uma teoria intrigante sugere que a predominância dos destros pode ser influenciada pela cooperação social ao longo da evolução humana.
Em sociedades antigas, o compartilhamento de ferramentas e a realização de atividades em grupo poderiam ter favorecido o uso da mesma mão para facilitar a colaboração e eficiência nas tarefas cotidianas. Essas práticas sociais podem ter contribuído para a prevalência dos destros ao longo do tempo.
As influências ambientais, como as práticas culturais e educacionais, também poderiam interagir com predisposições genéticas para determinar se uma pessoa se tornará destro ou canhoto. Por exemplo, em algumas culturas, a pressão para se adaptar à maioria (destros) pode influenciar o desenvolvimento da preferência manual desde a infância. Além disso, o acesso desigual a determinados recursos ou ferramentas também pode impactar o desenvolvimento da lateralidade.
Estudos recentes têm explorado como fatores como educação, cultura, experiências de vida e até mesmo eventos pré-natais podem influenciar o desenvolvimento da lateralidade. A integração contínua de abordagens genéticas, neurológicas e sociais é essencial para uma compreensão abrangente da lateralidade e sua variação dentro e entre as populações.