Ciência
17/06/2024 às 20:00•2 min de leituraAtualizado em 19/06/2024 às 11:12
“Os grandes porquês da humanidade” é uma série de matérias do Mega Curioso que pretende encontrar motivos plausíveis e científicos para perguntas que costumamos nos fazer, das mais óbvias às mais inusitadas. Confira no fim da matéria outras respostas incríveis para nossas maiores dúvidas!
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Uma prática tradicional e intuitiva de muitos cozinheiros e cozinheiras, a de lavar o frango cru antes de levá-lo para a panela, não apenas é inócua, mas pode também aumentar os riscos de intoxicação alimentar.
Adotada por muitas pessoas, como o vencedor do último BBB, Davi Brito, a rotina de limpar carnes de frango, porco ou vaca em água corrente não é aconselhável, afirmou na época a Anvisa. Isso porque esses alimentos crus podem conter bactérias patogênicas que, sob a pressão da água, podem se espalhar pela pia, tábua de corte e outros utensílios e comidas.
Essa transferência de microrganismos prejudiciais, chamada de contaminação cruzada, pode também acontecer se você utilizar a mesma tábua de corte ou faca para processar o frango cru e outros alimentos, e até mesmo se estes forem atingidos por gotículas de água, diz a agência reguladora.
Consequência de um hábito cultural passado de geração para geração, muitos “chefs” domésticos (e até alguns profissionais) acreditam que lavar as carnes antes do preparo pode ajudar a remover as bactérias Salmonella e Campylobacter, principais causadoras das doenças transmitidas por alimentos (DTA), ou intoxicações alimentares.
E, embora a água possa realmente remover algumas sujeirinhas visíveis no frango, a lavagem não remove as bactérias que, além de invisíveis a olho nu, estão espalhadas pela superfície e também dentro da carne.
Dessa forma, "nadando" em condições ideais de calor e umidade (entre 5 °C e 60 °C, segundo a Anvisa), uma única bactéria presente em alimentos perecíveis, como carne, leite, iogurte, manteiga e outros, pode se multiplicar em 130 mil novos indivíduos em apenas seis horas.
Cozinhe o frango completamente: A maneira mais segura de eliminar as bactérias do frango é cozinhá-lo completamente. Certifique-se de que a temperatura interna do frango atinja 74 °C para aves inteiras e 71 °C para peitos e coxas de frango. Acima dessa temperatura, a maioria dos patógenos causadores de DTA são eliminados, aí incluídos bactérias, vírus, protozoários e fungos.
Outra recomendação óbvia, da qual muita gente se esquece até hoje, mesmo depois da pandemia, é: lave as mãos. No caso do frango, use água quente e sabão pelo menos 20 segundos depois de manusear as carnes. Além disso, você deve limpar e desinfetar todas as superfícies e utensílios que tiveram contato com o frango cru, com água quente e sabão ou detergente desinfetante.
Finalmente, é bom destacar a necessidade de uma refrigeração adequada, pois de nada adianta manuseio e cozimento suficientes se a carne processada estiver estragada. Por isso, os especialistas recomendam manter o frango cru na geladeira a uma temperatura sempre inferior a 5 °C e, no máximo, por dois dias. Se não for cozinhar, congele a ave.
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