
Ciência
04/12/2017 às 14:28•2 min de leitura
Molly Craig foi uma dessas pessoas que inspiram as outras. Ela nasceu provavelmente em 1917, na Austrália, e pertencia à tribo aborígene Martu. Quando Molly tinha uns 13 anos e morava na comunidade Jigalong, no noroeste do país, ela foi sequestrada, junto com uma irmã e uma prima, por agentes governamentais que as levaram estudar a mais de 2,4 mil km de sua terra natal.
O intuito do governo era de inserir essas tribos indígenas na sociedade, mesmo que à força. Porém, apenas as crianças mais claras tinham acesso à educação formal, o resto era treinado para afazeres domésticos. Molly sabia, desde que chegou à tal escola, que não pertencia àquele lugar. E cada dia mais que ela passasse lá, mais ela estaria longe da cultura de sua tribo, de suas origens e de sua essência.
Assim, Molly aproveitou a primeira oportunidade que teve e fugiu, junto com a irmã, Daisy, de 8 anos, e a prima, Gracie, de 11. As três percorrem, a pé, todo o trajeto de 2,4 mil km de volta para casa. A única coisa que Molly sabia é que a sua casa ficava perto de uma cerca que cortava boa parte do deserto australiano e impedia que uma infestação de coelhos se espalhasse pelo país.
Daisy, Doris e Molly: duas gerações de mulheres maltratadas pelo regime australiano
As três meninas percorrem todo o caminho, seguindo a cerca até chegar de volta a Jigalong. Elas só sobreviveram porque Molly foi criada nos costumes dos Martu, que incluíam saber o que podia ser comido no deserto australiano, como arrumar água e como se esconder. Isso aconteceu no começa da década de 1930.
Essa fuga é considerada um dos maiores atos de coragem e resistência da história australiana, dando origem ao filme “Geração Roubada”, de 2002, baseado no livro “Folow the Rabbit-Proof Fence”, de 1996.
E o milagre da sobrevivência não para por aí: em 1940, Molly novamente foi arrastada até o assentamento Moon River, desta vez com duas filhas. Doris tinha 4 anos na época, enquanto Annabelle tinha apenas 18 meses! De lá, Molly conseguiu fugir apenas com a bebê, novamente fazendo o trajeto junto à cerca contra os coelhos de volta para casa.
Cena do filme "Geração Roubada", de 2002
Molly só foi reencontrar Doris às vésperas do Natal de 1962. Ela vivia com uma tia, que descobriu o paradeiro de Molly e novamente reapresentou mãe e filha. Doris virou ativista dos povos aborígenes e escreveu a história da mãe em “Folow the Rabbit-Proof Fence” – livro premiado que expõe as feridas da geração roubada. Apenas em 2008 o governo australiano pediu desculpas formais pelos maus-tratos contra as crianças aborígenes.
Annabelle novamente foi retirada dos braços de sua mãe e criada como órfã. Ela nunca mais reencontrou Molly, que faleceu em 2004, aos 87 anos. Dizem que heroína perguntaa todos os dias pela filha e esperava um dia reencontrá-la. Annabelle só soube da verdade após a mãe já ter morrido. Doris se tornou escritora e jornalista e faleceu em 2014, aos 77 anos.
Doris (em pé) junto com sua mãe Molly
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