Ciência
17/04/2018 às 09:31•4 min de leitura
Alguns dos lugares mais interessantes do mundo também são conhecidos por questões espirituais, além de possuírem uma rica história. Dessa forma, é possível aprender mais sobre culturas e vivenciar novas experiências, além de apreciar a paisagem e algumas das mais magníficas estruturas do mundo.
Se você está interessado em espiritualidade, é um aficionado por história ou simplesmente curioso, esses destinos oferecem algo para todos os viajantes. Reunimos uma lista de locais sagrados ao redor do mundo — incluindo pontos de referência naturais e de culto — que são tão belos quanto poderosos e definitivamente merecem a visita.
Também conhecido como "O Ninho do Tigre", este mosteiro e templo budista fica perigosamente localizado em um penhasco, 900 metros acima do Vale do Paro, no Butão – e vale a pena uma viagem apenas para apreciar a vista.
De acordo com o conselho de turismo do país, o Taktsang foi construído em 1692, no local de uma caverna onde Guru Rinpoche (também conhecido como o “segundo Buda”) meditou por "três anos, três meses e três horas" para afastar o mal.
O local tem sido sagrado desde então e, segundo o site de notícias Atlas Obscura, você pode alcançá-lo por meio de uma subida íngreme de 2 horas a partir do vale. Para visitar os templos, é preciso retirar os sapatos.
As Cataratas de Vitória são popularmente conhecidas como um local de viagens de aventura, mas também tem raízes espirituais. Batizadas de "Mosi-o-Tunya" (A Fumaça Que Troveja) pelos Kololo no século XIX, as formidáveis quedas foram consideradas sagradas pelas tribos locais por centenas de anos.
De acordo com o órgão oficial de turismo da Zâmbia, os tribais apresentaram as cataratas a David Livingstone, um missionário e explorador escocês, o que o levou a escrever: "ninguém pode imaginar a beleza da visão de qualquer coisa semelhante testemunhada na Inglaterra. Nunca tinham sido vistas pelos olhos europeus, mas cenas tão lindas devem ter sido contempladas por anjos em seus voos”.
Localizado em Java, na Indonésia, Borobudur é um templo budista icônico, construído entre os séculos VIII e IX durante a Dinastia de Syailendra. O Patrimônio Mundial da UNESCO é composto por três camadas e 72 pequenas estupas – estruturas em forma de cúpula contendo relíquias geralmente relacionadas a Buda – e uma estupa central maior no topo.
A estrutura é especificamente projetada para representar o caminho para a iluminação: cada nível representa um nível do Universo, e quanto mais alto você sobe, mais perto você estará do nirvana.
Também conhecida como "A Mesquita Rosa", a Mesquita Nasir al-Mulk, localizada na cidade de Shiraz, Irã, é famosa por sua incrível variedade de cores que se formam graças a uma combinação única de vitrais e mosaicos.
De acordo com o The Huffington Post, é incomum para uma mesquita apresentar vitrais, mas quando Nasir al-Mulk foi construído em 1888, foi especialmente projetado para aproveitar a luz da manhã. Além disso, o sol filtrado pelas janelas cria um efeito de arco-íris, o que acaba destacando os azulejos e tapetes em tons de pedras preciosas em seu interior.
Outro Patrimônio Mundial da UNESCO, os Templos de Abu Simbel foram construídos pelo Rei Ramsés II durante seu reinado, de 1279 a 1213 a.C. O complexo, localizado no sul do Egito, inclui tanto o Grande Templo quanto o "Pequeno Templo" nas proximidades.
Esculpido em um penhasco de arenito, a entrada principal do Grande Templo é flanqueada por quatro estátuas do próprio Ramsés, com imagens de membros da família a seus pés.
Segundo a Enciclopédia Britânica, a estrutura é dedicada aos antigos deuses do sol Amon-Rá e Re-Horakhty, mas Ramsés também é descrito como um deus. Em dois dias do ano – geralmente em 21 de fevereiro e 21 de outubro –, o sol bate no Grande Templo e ilumina o santuário interior.
De acordo com o site de viagens Lonely Planet, esse famoso templo do século XII, no Camboja, é inspirado no mitológico Monte Meru, onde os hindus acreditam que os antigos deuses vivem. Em seu ponto mais alto, Angkor Wat atinge mais de 213 metros de altura.
O complexo do templo, que tem ligações com o hinduísmo e o budismo, tem paredes cobertas de esculturas, incluindo mais de 3 mil asparas (ninfas) e muitos outros eventos e figuras mitológicas.
É uma atração turística muito popular, mas agora há limites para a quantidade de pessoas que podem visitar diariamente: desde 2017, apenas 100 turistas de cada vez podem visitar o topo da torre central. Os turistas começam a fazer fila às 4h30 da manhã, portanto certifique-se de chegar cedo (ou esteja preparado para esperar muito tempo).
Cenotes – sumidouros naturais cheios de água – eram considerados sagrados pelo povo maia, usados como portais de comunicação com os deuses. Acreditava-se que o Cenote Sagrado, em Chichén Itzá, no México, era um local de rituais, sacrifícios e oferendas. Segundo o site de informações turísticas Afar, joias, cerâmicas e até mesmo ossos humanos foram encontrados no local quando os exploradores dragaram seu fundo.
A Torre do Diabo é uma estrutura rochosa enorme e também um monumento nacional americano com altura de 1.307 metros acima do rio Belle Fourche e as planícies da região nordeste do estado de Wyoming.
É famosa como um destino de escalada de classe mundial, mas também é um local sagrado para mais de 20 tribos nativas americanas e povos indígenas, de acordo com o Serviço Nacional de Parques dos Estados Unidos. A tribo dos Corvos chama a torre de "Alojamento dos Ursos" e são conhecidos por jejuarem e adorarem ali, até mesmo construindo "pequenas casas de pedra para missões de sonhos".
Os Lakota também se referem à Torre do Diabo como Alojamento dos Ursos, entre outros nomes – a formação tem sido o local de uma de suas famosas batalhas (incluindo ursos), rituais de purificação e da sagrada Dança do Sol da tribo. Os Arapahoe, Cheyenne, Kiowa e Shoshone também têm laços documentados, e muitas cerimônias e ofertas de oração ainda acontecem na torre hoje.
O verdadeiro propósito e origem de Stonehenge permanece um mistério: as teorias vão desde Merlin transportando as rochas da Irlanda ao círculo de pedra, sendo um modelo para a fertilidade feminina, até um calendário usado para rituais sazonais e uma ferramenta de previsão astronômica para fenômenos, tais como eclipses solares.
Independentemente disso, o marco espiritual permanece como uma das atrações mais populares do Reino Unido. Há laços com a cultura druídica e pagã, e os grupos ainda se reúnem anualmente para celebrar equinócios e solstícios. Para visitar o local, é possível pegar um ônibus a partir de Londres – cerca de 2 horas e meia de viagem.
Assim como Borobudur, a estupa de Boudhanath, em Kathmandu, Nepal, foi projetada com níveis que simbolizam a iluminação. De acordo com Lonely Planet, o plinto inferior representa a terra, a cúpula representa a água, a torre representa o fogo, e a torre superior representa o ar – e tudo acima está "além do espaço".
Os "olhos que tudo veem" marcam a torre de cada lado, representando o olhar onisciente de Buda. Boudhanath é um local de peregrinação popular para os budistas tibetanos e uma enorme atração turística em Kathmandu.