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20/08/2018 às 08:01•2 min de leitura
O National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos, dedicou esforços para investigar um influente assunto sobre a nossa forma de criação: a sensação fulminante de que aquele seu irmão mais velho é o favorito. Dependendo da sua situação familiar, a notícia pode ser boa ou ruim: o veredicto é certeiro. Segundo o estudo, o primogênito da família é sempre tratado diferentemente dos demais.
Motivados pela falta de estudos relacionados à dinâmica social e emocional de mães e filhos, uma equipe com quatro especialistas em desenvolvimento infantil do NIH, coordenados pelo doutor Marc H. Bornstein, aplicou rigor científico à sensação de inequidade vivida por muitos filhos. A pesquisa, publicada na revista acadêmica Social Development, mostra que existem diferenças bem significantivas em como as mães interagem com cada um de seus filhos. Mas essas são apenas diferenças, e não preferências.
“Não existe um grau de preferência entre o primeiro ou o segundo filho”, contou Diane Putnick, coautora do estudo e psicóloga de desenvolvimento do NIH, ao site Inverse. “O que conseguimos observar, na verdade, é que cada um dos relacionamentos parece único”, completou a Diane.
Putnick quantificou essas interações observando, por cerca de 2 horas, 55 mães com seus primeiros filhos, quando as crianças tinham apenas 1 ano e 8 meses. Com as fitas nos arquivos, ela retomou a análise anos depois, quando os irmãos mais novos chegaram à mesma marca de 1 ano e 8 meses.
O que emergiu desse estudo científico foi uma versão mais “intelectual” das memórias de infâncias mais embaraçosas possíveis. Imagine o seu primeiro tropeço, aquela fralda carregada ou um espetáculo de chororó no shopping sendo repetido várias vezes para uma equipe de cientistas.
Eles acabaram descobrindo que as mães têm atitudes consistentes em relação à forma de criar os filhos: por exemplo, elas continuam tendo os mesmos valores mesmo após a chegada do segundo filho, algo que Putnick chama de “cognição parental socioemocional”. Mas quando é a hora de aplicar esses valores em comportamentos, as coisas tendem a variar de filho para filho, algo que ela chamou de “práticas parentais socioemocionais”.
Então, as mães tentam aplicar aos dois filhos a mesma forma de criação, mas, na prática, não é assim que funciona. Segundo o relatório, as mães são 15% mais engajadas com o filho mais velho, enquanto filhos mais novos recebem apenas 4% de elogios e 9% de afeição física. No entanto, Putnick é cuidadosa em destacar que essas diferenças não podem ser aplicadas universalmente.
A equipe notou algumas pequenas diferenças de elogios, brincadeiras e afeição física, mas nada significativo a ponto de estabelecer um padrão.
Interessantemente, esses resultados mostram que não é a ordem de nascimento que causa as principais diferenças no tratamento de uma criança para outra. Na verdade, os pesquisadores acreditam que realmente o que influi é a personalidade de cada filho, que no caso, é impactada pela ordem de nascimento. O estudo mostra que os primogênitos são mais sociáveis que o segundo filho, algo que Putnick sugere que pode ser devido ao tempo vivido como filho único.
Finalmente, talvez sejam as diferenças nas personalidades devido à ordem de nascimento que fazem as mães adaptarem suas formas de criar os filhos, segundo Putnick; e essa adaptação é o que sugere um maior engajamento com outro e vice-versa. “Eu acho que práticas maternais variam entre dois filhos porque crianças individualmente possuem características únicas”, ela explica. Então os pais que tratam os filhos da mesma maneira estão constantemente travando uma difícil batalha: não contra a ordem de nascimento, mas sim contra a personalidade de cada um.
E você, o que achou do resultado do estudo? Mande para a sua mãe e veja a opinião dela.
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