Conheça a Miracle Village, uma comunidade para criminosos sexuais

07/12/2018 às 09:302 min de leitura

Quem olha essa imagem acima, feita pelo fotógrafo Noah Rabinowitz, pode achar que a Miracle Village  ou Vila dos Milagres  é um lugar totalmente harmonioso, habitado por famílias tradicionais e um povo simples e acolhedor. Entretanto, a verdadeira história por trás dos moradores dessa pequena comunidade localizada ao sul da Flórida pode dar arrepios em muita gente.

Refúgio

Na verdade, o vilarejo foi idealizado em 1960 para abrigar cortadores de cana, mas em 2009 foi transformado em um refúgio para homens condenados por crimes sexuais, com ofensas consideradas não violentas. A ideia foi do então pastor Dick Witherow, ele mesmo condenado por estupro de uma jovem de 14 anos  que dizia ser sua namorada. Grávida, ela conseguiu autorização para se casar com o pastor.

Pela lei dos Estados Unidos, uma pessoa só pode oferecer consentimento para relações sexuais depois dos 16 anos, mesmo que ela esteja de acordo com o ato. O estado entende que a mulher nessa idade ainda não possui autonomia para tomar tal decisão, especialmente por ainda estar em um estado grande de vulnerabilidade e dependência.

Inspirado por esse episódio e percebendo o estigma que carregaria pelo resto da vida, Witherow teve a ideia de construir uma comunidade para pessoas que, ao sair da prisão, seriam listadas como criminosas sexuais e passariam provavelmente o resto da vida chamadas de tal modo.

A comunidade, no entanto, somente aceita indivíduos sem histórico de violência. Homens que tenham sido acusados de estupro ou de assédio em situações duvidosas  por exemplo, um adolescente de 17 anos que iniciou um relacionamento com uma mulher da mesma idade, mas que, ao completar 18 anos, pode ser acusado de praticar relações sexuais com uma menina menor de idade.

De acordo com o defensor público do condado de Palm Beach, Carey Haughwout, a iniciativa do pastor oferece uma esperança de uma vida com um respiro de normalidade para esses homens, algo que dificilmente teriam fora dali.

"Nós rotulamos pessoas que cometem crimes sexuais ou predadores sexuais por uma grande variedade de comportamentos. Então, como resultado, temos muitas delas carregando esses rótulos sem realmente distinguir quem é perigoso de quem não é", opina.

Atraídos por essa perspectiva, ex-detentos condenados por esse tipo de crime procuram a comunidade o tempo todo; são mais de dez pedidos de ingresso todas as semanas.

Atualmente, a Vila dos Milagres tem cerca de 200 moradores, dos quais metade são ex-condenados por crimes sexuais, desde que não violentos e não tenham sido condenados por pedofilia. Não são aceitas também pessoas que tenham filhos. Um dos requisitos para viver ali é que todos os residentes passem por sessões de controle da raiva e aulas de estudo bíblico, bem como programas de tratamento psicológico.

Além de fugir dos estigmas, o fato desses homens viverem em uma comunidade como Miracle Village torna mais fácil o cumprimento de uma série de exigências feitas a pessoas que tenham sido presas por ofensas do tipo. Lá, condenados por crimes sexuais não podem chegar perto de escolas, parques ou pontos de ônibus onde crianças podem aparecer. Como os criminosos sexuais são registrados, eles dificilmente conseguem alugar apartamentos e casas em locais urbanos, graças à possibilidade de consulta ao registro, de forma que muitos acabam recorrendo a abrigos públicos ou passam a viver na rua.

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