Artes/cultura
12/09/2019 às 05:00•2 min de leitura
Após uma onda de pessoas afetadas nos Estados Unidos por uma misteriosa doença relacionada ao uso de cigarro eletrônico durante o verão norte-americano, inclusive causando a primeira morte ligada ao uso do vape, as autoridades de saúde estão empenhadas em descobrir qual é a causa do problema — e foi encontrado o componente que pode ser o responsável pelos problemas respiratórios.
A Food and Drug Administration (FDA), agência federal responsável pela proteção e promoção da saúde pública no país, compartilhou com autoridades estaduais que muitos dos produtos usados pelos pacientes continham um elemento em comum: um óleo derivado da vitamina E. O órgão analisou 12 amostras de nicotina e 18 amostras de THC (o princípio ativo da maconha) coletadas de pacientes em todo o país. O "acetato de vitamina E", como é chamado o óleo, foi encontrado em 10 dos 18 produtos de maconha.
Esse mesmo componente foi encontrado em quase todas as amostras de maconha de pacientes que adoeceram no estado de Nova York nas últimas semanas de acordo com um porta-voz do departamento de saúde do estado. Entretato, as autoridades reforçam que ainda é cedo demais para ter certeza se o óleo derivado da vitamina E é realmente o responsável pela misteriosa doença que causa tosse, falta de ar e dores no peito.
A vitamina E é encontrada em diversos alimentos de forma natural, como azeite de oliva, amêndoas e óleo de canola. O óleo derivado dessa vitamina está disponível no mercado como suplemento alimentar e usado em tratamentos de pele. Apesar de não causar nenhum dano ao ser ingerido como suplemento ou ser aplicado na pele, especialistas alertam que a estrutura molecular do acetato de vitamina E pode ser perigosa ao ser inalada.
"Sabíamos de testes anteriores em Nova York que eles haviam encontrado acetato de vitamina E, mas ter o FDA falando sobre isso em seu plano geral de testes, foi a coisa mais notável que ouvimos", disse um funcionário que ouviu o comunicado, mas não estava autorizado a falar publicamente.
Até o momento, já são mais de 215 casos de pessoas que foram hospitalizadas após terem relatado o uso de cigarros eletrônicos e duas mortes foram confirmadas, uma em Illinois e outra no estado de Oregon.