Ciência
27/12/2019 às 02:00•1 min de leitura
A região provinciana de Piobbico, localizada na região de Marche, no centro-oeste italiano, está comemorando em 2019 140 anos de um evento pouco comum, mas sagrado e tradicional para a cidade.
Conhecida como "a cidade dos feios", o município italiano de pouco mais de 2 mil habitantes e de apenas 48 km² abriga, desde a segunda metade do século XIX, o Club dei Brutti ("Clube dos Feios"), que funciona sob a máxima de "uma pessoa é o que é, não o que sua aparência mostra".
A Associação Mundial de Pessoas Feitas, que começou apenas como uma ideia, hoje já conta com mais de 30 mil associados em todo o mundo e com sedes em mais de 25 países, dedicando-se fielmente à luta pelo reconhecimento e igualdade entre as pessoas feias e as dentro do padrão de beleza, em um mundo de discriminação que valoriza a beleza física em relação à constituição interna e às outras padronizações dos seres humanos.
O clube tem como patrono Vulcan, da mitologia romana, ser que nasceu tão feio que sua mãe o jogou de um penhasco. A criatura sobreviveu e, tornando-se um habilidoso ferreiro, foi aclamado pelo herói Aquiles, conquistando sua entrada no Monte Olimpo e, posteriormente, o casamento com Venus, deusa do amor. "'A feiura é uma virtude; a beleza, uma escravidão', esse é nosso mote", diz o presidente do clube, Giovanni Aluigi.
Para juntar-se ao clube, o processo é menos complicado do que se imagina, havendo apenas um julgamento de nível de beleza, colocando-o em alguns graus. Porém, o aspecto físico não é tão importante quanto parece, já que a intenção do grupo não é apenas estereotipar fenotipicamente, mas sim exaltar a beleza interior como primordial para a consstituição humana e social.
Anualmente, o Club dei Brutti celebra, através de festas, bebida e muita comida, o Festival Anual dos Feios de Piobbico, onde também há a votação para a cadeira de presidente e a possibilidade de ingresso de diversos outros membros.