Ciência
01/07/2020 às 08:04•2 min de leitura
Expulsa de casa ainda em sua juventude por ser lésbica, a britânica Chloë Florence vinha enfrentando sérias dificuldades na vida, algo que a qualificou como moradora de rua em Londres, transitando entre raves e baladas que acabavam tarde, em plataformas de transporte público ou nas imediações de lanchonetes 24 horas. Então, para mudar o cenário, a jovem bolou uma estratégia curiosa e decidiu instalar o aplicativo de encontros Tinder em seu smartphone para conhecer pessoas e ter onde dormir.
Tudo começou há 7 anos, quando a moça conheceu uma turista australiana pelo aplicativo e foram parar em um hostel na cidade londrina. Assim, foi apenas o início de sua longa saga, em que Chloë aproveitava o dia para roubar roupas em shoppings e tomar banho em banheiros públicos. À noite, era hora de acessar o Tinder novamente e tentar encontrar algum match com uma parceira para ter onde dormir.
(Fonte: Mundo Phone/Reprodução)
Segundo a jovem, a medida, de certa forma extrema, foi consequência de um passado tenso em que, após ser mandada embora pelos pais, passou a viver em poucos abrigos especializados, mas o abuso e o assédio constantes a fizeram ter que escapar dos locais e tentar se virar com o que a cidade ofertava. "Eu estava apenas vivendo minha vida, sobrevivendo de um encontro difícil a outro no Tinder",comentou em entrevista para o Metro. "Isso melhorou a minha autoestima e, a cada encontro que dava certo, eu tinha um lugar seguro para dormir."
Para não assustar ou perder seus contatos, a moça, que aparecia nos encontros bem vestida e apresentada, sempre escondia sua situação, deixando obscura sua realidade e alterando-a ao contar que, na verdade, era uma comerciante ou uma estudante e que seus pais não a deixavam levar outras pessoas para sua casa. "Com fotos no Instagram, eu me fazia de garota festeira. Eu me tornei a mestre do disfarce", comentou Chloë, afirmando que é ativa nas redes sociais e que passa uma impressão completamente distinta.
Atualmente, a britânica conseguiu apoio de uma ONG que ajuda pessoas LGBTQ+ em situações de abandono. A instituição Stonewall Housing, então, forneceu um lar para a moça, dando novas condições e perspectivas de vida, algo que não teve há 7 anos durante os "saltos" no Tinder.
(Fonte: Stonewall Housing/Reprodução)
Planejando contar a sua vida em uma obra literária poética, Chloë Florence também pretende retomar a utilização do Tinder, dessa vez para encontrar o amor de sua vida.