Estilo de vida
31/10/2020 às 04:00•2 min de leitura
Após quase 8 anos em conserva, um bolinho da tradicional marca norte-americana Twinkies desenvolveu um estranho fungo, depois de ficar muito tempo guardado em um porão. O caso chamou a atenção nas redes sociais especialmente por isso não ser algo comum de ocorrer nos doces da companhia, conhecidos por durarem bastante tempo se mantidos em boas condições ambientais.
A jornada do bolinho foi compartilhada por Colin Purrington, que afirmou ter comido um doce com “gosto de meia velha”. Segundo o rapaz, o doce estava guardado desde 2012, quando a empresa havia apelado à Lei de Quebras norte-americana para tentar sobreviver a uma falência iminente, algo que levou o rapaz a manter um estoque dos produtos com receio de não ter mais como comprar depois.
Após dar uma mordida em um dos Twinkies que havia escondido em seu porão, imediatamente Colin sentiu um gosto estranho, que foi seguido de um cheiro mais esquisito ainda semelhante à uma “fruta podre”. Foi então que, ao observar o estado dos outros bolinhos que estavam próximos, percebeu que haviam “murchado e parecendo um pequeno tronco”.
Os Twinkies foram despachados para análise laboratorial, ficando a cargo de Matt Kasson, professor de patologia florestal e micologia na Universidade de West Virginia, que deu início à operação #MoldyTwinkie nas redes sociais para compartilhar suas descobertas com o público entusiasta.
Os colegas Matt Kasson e Brian Lovett determinaram, logo no início das análises, que o misterioso fungo entrou na embalagem do Twinkles antes mesmo dela ser lacrada. A espécie se alimentava tanto da estrutura externa do bolinho quanto do oxigênio mantido a vácuo, curiosamente mantendo seu núcleo de creme praticamente intacto.
The other fungus infected cake still had a typical cream filled center! #MoldyTwinkie pic.twitter.com/GZDu2NZ261
— Matt Kasson (@kasson_wvu) October 8, 2020
No caso do bolinho que se transformou em um minitronco, seu revestimento fúngico com aspecto de mumificação impactou apenas em sua constituição física, sem desenvolver qualquer tipo de cheio podre ou desagradável. Porém, acabou criando uma resistência enorme e endurecida, o que dificultou o trabalho de reconhecimento e de análise dos cientistas.
“Eventualmente, todos nós somos alimento para fungos. Ver isso é como enfrentar a realidade de nossa mortalidade e nosso destino”, concluiu Lovett, empolgado com a descoberta, enquanto trabalha para compreender melhor o que ocorreu com os bolinhos.