Estilo de vida
08/12/2020 às 12:00•3 min de leitura
Você já se perguntou como algumas receitas extremamente cotidianas surgiram? Quem teria sido o primeiro a preparar um café ou a chupar um picolé? As origens de alguns preparos se perderam no tempo, gerando lendas fascinantes. Entretanto, as descobertas de outras receitas, por mais documentadas que sejam, também parecem saídas das mentes de excelentes contadores de histórias. Confira:
O chá é a segunda bebida mais consumida no mundo, perdendo apenas para o café – ao contrário deste, entretanto, sua concentração de cafeína é bem menor, sendo, portanto, ao mesmo tempo estimulante e relaxante. Não se sabe exatamente quando o chá surgiu, mas a lenda mais difundida é a de que o imperador chinês Shen Nong estaria sentado debaixo de uma árvore, em 2737 a.C., fervendo uma água quando uma rajada de vento derrubou folhas aromáticas no líquido.
Outra lenda, mas um “pouco menos provável”, é a indiana: nela, um budista chamado Bhodidharma prometeu que iria meditar durante 10 anos sem dormir. Faltando apenas 1 ano para cumprir sua promessa, o cara dormiu e ficou extremamente irritado. Assim, ele teria arrancado as próprias pálpebras e as jogado no chão, onde se transformaram em plantas de chá.
E já que falamos do chá, você tem ideia de como surgiu o café? A verdadeira origem também é enigmática, mas várias lendas tentam contar sua história. Uma das mais populares fala que um pastor de cabras da Etiópia, chamado Kaldi, viu os animais comendo os frutos de café e ficando energéticos depois disso. À noite, as cabras dormiram sem incomodar ninguém. Ao compartilhar a descoberta com outros monges, eles experimentaram o café e notaram que o fruto ajudava a mantê-los acordados durante as tarefas do dia.
Outra teoria, desta vez islâmica, fala de um exilado de Meca que estaria morrendo de fome no deserto. Ao encontrar uma planta de café, ele teria mastigado as folhas e as achado muito amargas. Então ele torrou os grãos, mas eles ficaram muito duros. Por fim, ele resolveu fervê-los para ver se amoleciam e tcharã!, eis o café como conhecemos hoje em dia.
Em 1905, um menino chamado Frank Epperson, de 11 anos, morador de São Francisco, nos Estados Unidos, preparou um suco em pó e o mexeu com um bastão de madeira. Só que ele esqueceu a mistura no quintal de casa, e a temperatura despencou naquela noite. Quando acordou, Epperson viu o suco congelado, mas em um novo formato para consumo.
Em 1912, Epperson apresentou sua novidade ao mundo, que ganhou o nome de Epsicle em uma patente registrada no ano seguinte. Só que o nome não funcionou no mercado americano e logo se tornou Popsicle – aqui no Brasil, o conhecemos como picolé.
Hoje em dia, os sanduíches são uma mão na roda para quem quer fazer uma refeição, mas está sem muito tempo para isso. A receita é simples: duas fatias de pão com algum tipo de recheio entre elas. O criador exato do sanduíche não se sabe, mas o responsável pela sua popularização foi John Montagu, o 4º conde de Sandwich, no Reino Unido, durante o século 18.
O cara gostava muito de uma jogatina e era sempre visto em mesas de apostas. Por conta disso, ele não gostava de fazer pausas para comer algo. Foi então que ele ordenou que seu cozinheiro preparasse algo rápido que ele pudesse comer com as mãos sem se ausentar das partidas. Assim, a refeição virou recheio dos pães, que evitavam que a gordura escorresse pelas mãos de Montagu. O conde adorou a novidade e espalhou a ideia.
Talvez muita gente já tenha ouvido falar que os sucrilhos surgiram por conta do puritanismo: ele teria começado como um “remédio” contra a masturbação! A história toda, entretanto, é um pouco mais confusa. O doutor John Harvey Kellogg (reconheceu o nome?), que inventou os sucrilhos, era médico, nutricionista e extremamente religioso. Para ele, a masturbação causava uma série de doenças, como epilepsia e má postura.
Kellogg sugeria, como tratamento, a abundância de comidas sem graça, mas não necessariamente do sucrilho que ele havia criado anos antes – mas você sabe como o telefone sem fio da história funciona. Junto com seu irmão, o médico administrava um sanatório, e ambos buscavam um alimento de fácil digestão para os internados. Eles cozinharam milho durante um dia e esqueceram o preparo na panela durante à noite, que estragou, é claro.
Mesmo assim, eles resolveram pegar o milho azedo e espremeram para tentar cozinhar biscoitos grossos. Só que a receita não funcionou, gerando pequenos flocos praticamente sem gosto – os irmãos Kellogs adoraram! O cereal acabou se tornando um sucesso, mas nunca foi vendido como antimasturbatório.